JOANESBURGO, ÁFRICA DO SUL (FOLHAPRESS) – Ainda faltavam “duas palavras” para concluir as negociações da COP, segundo Lula, no momento em que ele iniciou seu segundo discurso no encontro do G20, na tarde deste sábado (22).
Mesmo sem essas duas palavras, o presidente brasileiro usou sua fala diante do grupo de líderes mundiais reunidos em Joanesburgo para traçar um retrato otimista dos resultados da cúpula ambiental de Belém.
“Na COP da verdade, a ciência prevaleceu. O multilateralismo venceu”, afirmou.
A fala ocorreu durante uma sessão intitulada “Um Mundo Resiliente – a Contribuição do G20”. Lula relacionou o que seriam as principais conquistas da cúpula de Belém: o compromisso reafirmado com o Acordo de Paris; a renovação das Contribuições Nacionalmente Determinadas, os compromissos que cada país impõe a si mesmo para reduzir as emissões transformadoras do clima; e uma declaração proposta pelo Brasil na cúpula, a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas.
Segundo Lula, o G20, composto por 19 das maiores economias mundiais e dois blocos, União Europeia e União Africana, é o fórum ideal para promover a implementação das metas de redução do aquecimento global.
“O grupo responde por 77% das emissões globais. É do G20 que um novo modelo de economia deve emergir. O grupo é um ator-chave na elaboração de um mapa do caminho para afastar o mundo dos combustíveis fósseis”, afirmou o presidente brasileiro.
A declaração final do G20, aprovada por consenso pelos países presentes – sem, portanto, a concordância dos EUA, que boicotaram o evento – cita Belém em dois trechos do documento de 30 páginas.
Em um deles, é elogiada a iniciativa do TFFF, o fundo de preservação de florestas tropicais proposto pelo Brasil durante a COP. Em outro, é ressaltado “o desfecho bem-sucedido” da cúpula de Belém. Curiosamente, o documento foi divulgado algumas horas antes do encerramento da COP30.