SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Brasileiros que forem aos Estados Unidos poderão pagar compras usando Pix em algumas lojas. A Verifone, uma empresa de processamento de pagamentos americana, firmou um contrato com a PagBrasil, de Porto Alegre, para que seus clientes possam receber recursos via Pix.
Para receber pagamento com a ferramenta, os lojistas terão que usar um equipamento da Verifone. Na operação, haverá uma conversão em tempo real de dólares para reais. O comerciante não precisará atualizar os sistemas para começar a receber, diz o texto. “Os vendedores podem ativar o Pix no ponto de venda [maquininha] usado a API [interface de programação] de pagamentos alternativos do equipamento.”
Ainda segundo a Verifone, as transações têm uma taxa de cerca de 2% -os cartões de crédito cobram de 2% a 3%. A Verifone afirma que como o Pix é uma transferência bancária imediata, o comerciante não corre risco de ter a compra contestada (“chargeback”, no jargão do setor).
Em sua página, a PagBrasil afirma que o Pix internacional é processado por ela, que faz a conversão e repassa o valor em moeda estrangeira ao comerciante internacional.
Madhu Vasu, vice-presidente de Produtos Globais da Verifone, disse que isso vai mudar o cenário do comércio em estados que recebem muitos turistas brasileiros, como a Flórida e Nova York.
Ele afirma que hoje há cerca de 1,9 milhão de pessoas do Brasil que visitam os EUA, gastando mais de US$ 4,1 bilhão (cerca de R$ 22,6 bilhões, pela cotação atual) no país. A expectativa é que esses números sejam bem maiores no ano que vem, porque a Copa do Mundo será disputada em parte no território americano (EUA, Canadá e México serão a sede).
Pelas estatísticas mais recentes do Banco Central, mais de 168 milhões de pessoas já fizeram transações usando o Pix.
O método de pagamento é um dos temas das recentes reclamações comerciais que o governo dos EUA fez sobre o Brasil.
Na carta que o presidente Donald Trump reclamou do destino de Jair Bolsonaro (PL), ele também anunciou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e disse que mandou o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) abrir um procedimento contra o Brasil.
Pelas regras dos EUA, o governo pode retaliar outros países por práticas que os americanos consideram injustificadas.
No último dia 15, o USTR abriu uma investigação comercial contra o Brasil. No documento que justifica essa apuração, aponta-se que há supostas práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo o favorecimento de serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo brasileiro, como o Pix.