Em meio a tensão com os EUA, Maduro dança música latina e provoca: 'ninguém me para'

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira (21) que as estratégias dos Estados Unidos não o deterão. Ao lado da esposa e aclamado por centenas de jovens, Maduro dançou ao som de ritmos tropicais em cerimônia celebrando o Dia do Estudante.

A declaração ocorre em um momento de escalada da tensão militar entre Caracas e Washington. Neste sábado (22), a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) alertou as principais companhias aéreas do país sobre o que chamou de “situação potencialmente perigosa” ao sobrevoar a Venezuela, e orientou-as a tomar precauções.

O comunicado cita o “agravamento da situação de segurança e o aumento da atividade militar na Venezuela e em seus arredores”. O texto afirma ainda que as ameaças podem representar riscos para aeronaves em todas as altitudes.

Desde agosto, os EUA mantêm navios de guerra, incluindo o maior porta-aviões do mundo, nas águas próximas ao país sul-americano, afirmando que visa conter o tráfico de drogas. Caracas classifica o movimento como ameaça militar.

“É sexta-feira, e o que acontece na sexta-feira? O que vamos fazer hoje? Venezuela pacífica, sexta-feira à noite é declarada festa total! Festa, festa, festa! É sexta-feira e eu vou festejar! E ninguém pode me parar! Música!”, exclamou Maduro durante as celebrações.

O chefe do regime venezuelano pediu a estudantes universitários para que conversem com movimentos estudantis americanos e lhes peçam, em suas palavras, o fim da guerra.

Enquanto o ditador dançava ao som de música eletrônica e gritava palavras de paz, jovens se declaravam a ele. “Maduro, eu te amo”, gritou uma jovem de uma plataforma em frente ao palácio presidencial de Miraflores. “Eu também amo vocês”, ele respondeu.

“O amor me dá forças para derrotar todos os demônios que precisam ser derrotados, todas as emboscadas e ameaças que precisam ser superadas”, acrescentou.

“Eles só querem uma desculpa para invadir”, declarou Isabel Cupare, estudante do primeiro semestre de direito, à AFP.

“Rejeitamos categoricamente as ameaças dos EUA. A juventude venezuelana não quer guerra”, afirmou Eudorangel Tayupe, um estudante de administração de empresas, de 19 anos.

A campanha militar dos EUA já deixou mais de 80 mortos em cerca de vinte ataques contra embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas. Caracas classifica esses atentados como execuções extrajudiciais, e o Pentágono não apresentou provas de que se tratavam de traficantes.

O governo do presidente Donald Trump também planeja designar o suposto Cartel dos Sóis, que associa a Maduro, como uma organização terrorista. Especialistas dizem que o gurpo não existe.

Tal designação forneceria base legal para uma ação militar contra a Venezuela, embora Trump tenha expressado sua intenção de dialogar com Maduro.

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