Fed e Copom definem juros; PIB nos EUA; tarifaço de Trump sobre o Brasil

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São Paulo, 30 de julho de 2025 – Os índices futuros americano abriram em alta e as bolsaseuropeias em instabilidade. O dia será marcado pelas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto(Fomc), nos EUA, e do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, sobre as taxas de juros. Aexpectativa é que tanto nos EUA como aqui, na haverá alteração na taxa. O dia também trará osnúmeros do relatório publicado pela Automatic Data Processing (ADP) e pela Macroeconomic Advisers,com os dados de emprego do setor privado nos EUA, e a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dosegundo trimestre nos EUA.

A ferramenta FedWatch do CME Group, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros peloFomc apontou em uma probabilidade praticamente unânime de que os juros continuarão na faixa entre4,25% e 4,50%. Nas últimas semana, altos funcionários do governo têm pressionado o FederalReserve (Fed, banco central dos EUA) nos bastidores, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump,vem pedindo publicamente, de forma insistente, uma redução nos custos de financiamento.

Para Nigel Green, CEO do gigante global de consultoria financeira deVere Group, os mercados jáestão atentos à tensão. A manutenção das taxas já está amplamenteprecificada. Mas os investidores estão de olho no que virá em seguida: o tom da mensagem de JeromePowell, presidente do Fed, e a reação de Trump, caso o banco central se recuse a entregar oscortes exigidos por ele.

O Indice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,3% em junho nos EUA na comparação com o mêsanterior, já descontados os fatores sazonais, segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Onúmero veio dentro da previsão do mercado. Em maio, o índice havia subido 0,1% em relação aabril. Nos 12 meses até junho, o CPI subiu 2,7%, dentro da previsão do mercado. Mesmo dentro doprevisto pelo mercado, o CPI ainda está acima da meta do Fed, o que mostra aos investidores que obanco não deve baixar os juros tão cedo.

Por aqui, o Copom deve optar, por unanimidade, pela manutenção da taxa Selic em 15% a.a.,encerrando o ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024. A expectativa faz parte derelatório divulgado pelo Itaú. “A decisão deve refletir a avaliação de que, apesar dasprojeções de inflação ainda acima da meta, os efeitos defasados da política monetária seguemem curso, enquanto a elevada incerteza global demanda cautela adicional especialmente em um contextode nova escalada tarifária, desta vez envolvendo diretamente o Brasil, cujas exportações podemser impactadas pela maior tarifa anunciada até o momento, de 50%”, apontou o banco.

Os analistas do Itaú ressaltaram que o início do ciclo de cortes deve acontecer apenas no primeirotrimestre de 2026. “Como já mencionado após a última decisão de política monetária, entendemosque uma valorização mais expressiva do câmbio ou uma desaceleração mais acentuada da atividadepoderiam antecipar esse primeiro movimento para o final de 2025”, concluiu o Itaú.

Em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as recentes negociações com osEstados Unidos em torno do tarifaço são “um início de conversa”, e que mantém o otimismo,afirmando que “esta semana foi melhor em termos de avanço e que se depender do Brasil essa tensãoartificial vai desaparecer”.

Segundo o ministro, não faz sentido alimentar essa tensão e que assim que esta for dissipado,Estados Unidos e Brasil encontrarão um denominador. “Assim que tiver uma agenda estruturada opresidente Lula e o vice Alckmin poderão viajar aos Estados Unidos para estreitar as conversas”,admitiu Haddad, que confirmou ainda que está tentando entrar em contato com o secretário doTesouro americano, Scott Bessent, mas que a assessoria informou que este está cumprindo agenda naEuropa.

Ontem, em entrevista à CNN Brasil, Haddad destacou que o plano de contingência com medidas paraapoio ao setor produtivo à tarifa de 50% que será imposta pelos Estados Unidos aos produtosbrasileiros comercializados ao país, inclui diversas medidas que dependerão de pauta legislativa edeverão ser aprovadas pelo Congresso. O ministro explicou que o governo espera ter mais clareza emrelação ao que será taxado, se haverá alguma evolução nas negociações, por exemplo, e que ogoverno vai continuar negociando.

No setor corporativo, O Santander Brasil divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25),com lucro líquido de R$ 3,6 bilhões, alta de 9,8% em relação ao mesmo período doano passado (2T24). O retorno sobre patrimônio líquido (ROAE) ficou em 16,4%, alta de 0,8 pontopercentual em relação ao 2T24. A margem financeira bruta foi de R$ 15,3 bilhões, alta de 4,4% nacomparação com o segundotrimestre do ano passado, com destaque para a margem com clientes, que expandiu 11,3% com maioresvolumes e spread.

A produção total operada no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) egás natural da Petrobras alcançou 4,189 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) nosegundo trimestre deste ano, alta de 12,1% na comparação anual. Já produção total foi de 2,909milhões de boed, 7,8% acima do 2T24 e um aumento de 5,0% em comparação ao 1T25. No segmento deRefino, o volume total de vendas, que engloba Brasil e exterior, foi de 2,983 milhões de bpd, 1,6%maior na comparação anual, sendo 2,071 milhões no mercado interno, alta de 1,4% e 912 mil nomercado externo, elevação de 1,9%. O volume de vendas total de derivados foi de 1,714 milhão debpd no 2T25, alta de 0,8% na comparação com o 2T24. As informações foram apresentadas norelatório de produção e vendas divulgado na noite de ontem (28) pela companhia.

A BASF reportou lucro líquido de 79 milhões de euros no segundo trimestre de 2025, 81,6% menorque o reportado no mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, a receita caiu2,1%, para 15,769 bilhões de euros.

A Nissan reportou prejuízo de 115,8 bilhões de ienes (US$ 779,235 milhões) no primeiro trimestrefiscal de 2025, revertendo o lucro de 28,6 bilhões de ienes (US$ 192,475 milhões) registrados nomesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, a receita caiu 9,74% no período,somando 2,706 trilhões de ienes (US$ 18,211 bilhões).

A Bunge reportou lucro líquido de US$ 354 milhões no segundo trimestre de 2025, cinco vezes maiorque o reportado no mesmo período do ano anterior, de US$ 70 milhões. Na mesma base decomparação, a receita caiu 3,56%, para US$ 12,769 bilhões. O lucro foi impulsionado, sobretudo,pela venda da operação de moagem de milho nos Estados Unidos, que gerou um ganho contábil de US$155 milhões, e pelos primeiros efeitos da integração com a Viterra, concluída no início dejulho.

A Motiva (ex-CCR) reportou lucro líquido ajustado de R$ 398 milhões no segundo trimestre de 2025,queda de 3,2% ante o lucro de R$ 411 milhões no mesmo período do ano anterior.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, vinculada ao Ministério de Minase Energia (MME), publicou, na última semana, a lista de sanções a distribuidores de combustíveisinadimplentes com as metas do RenovaBio. A medida tem como objetivo reforçar a efetividade doprograma, promover a isonomia entre os agentes do setor e contribuir para o cumprimento das metas deredução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil.

A diretoria colegiada da ANP aprovou os estudos geoeconômicos relativos a três novos blocosexploratórios localizados no Pré-sal da Bacia de Campos: Calcita, Dolomita e Azurita. Os estudosforam conduzidos no âmbito do Projeto Calcita e integram a quarta iniciativa associada aoCalendário Estratégico de Avaliações Geológica e Econômica para o Polígono do Pré-sal,instituído pela Agência no final de 2023.

A diretoria da ANP também aprovou a indicação de um novo bloco exploratório terrestre na Baciado Amazonas, para inclusão no rol da Oferta Permanente de Concessão (OPC). Com cerca de 275 km2, obloco foi delimitado respeitando os critérios técnicos e socioambientais estabelecidos pelalegislação aplicável.

A Ultrapar informou que concluiu seu programa de recompra de ações. Durante o período devigência, foram adquiridas 25 milhões de ações ordinárias de emissão da companhia,correspondendo a 100% do programa previamente divulgado.

O custo de uma carteira nacional de habilitação (CNH), atualmente na faixa de R$ 3,2 mil, poderáser reduzido em até 80% para as categorias A e B respectivamente motocicletas e veículos depasseio. É o que prevê projeto que está sendo elaborado pelo Ministério dos Transportes, quepretende acabar com a obrigatoriedade das aulas em autoescolas.

O Banco do Brasil superou a marca de R$ 6 bilhões de contratações no programa Crédito doTrabalhador. Desde o lançamento, em março, já foram realizadas cerca de 600 mil operações emmais de 5,2 mil (93,5%) municípios brasileiros, com valor médio de R$ 10,1 mil por empréstimo.

O Banco do Brasil e o banco de investimentos do governo italiano Cassa Depositi e Prestiti (CDP)anunciaram o início dos investimentos para apoiar operações sustentáveis, de micro e pequenasempresas e expandir o comércio bilateral, por meio de um empréstimo de 250 milhões de euros (R$1,6 bilhão) do banco italiano ao brasileiro, com 80% dos recursos garantidos pela agência decrédito a exportações Sace.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o primeiro financiamento comrecursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) com foco em descarbonização para a Hermasa Navegaçãoda Amazônia Ltda., informou a instituição nesta terça-feira. Com R$ 345 milhões, a empresadeverá construir 60 balsas e dois empurradores fluviais.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação Nacional dos Petroleiros AcionistasMinoritários da Petrobras (Anapetro) cobraram que a Petrobras publique, com urgência, fatorelevante esclarecendo sua posição institucional sobre a atual situação da venda do Polo BahiaTerra, em documento enviado à diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos,e ao gerente executivo de Terras e Águas Rasas, Stênio Jayme Galvão, na última quinta-feira(24).

O aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, previstas para 1º de agosto, podeprovocar impactos econômicos relevantes e desiguais entre as unidades da federação, com perdassuperiores a R$ 19 bilhões para os estados brasileiros, segundo estimativa da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), que aponta que estados como o Ceará e o Espírito Santo têm altadependência do mercado americano, representando quase metade das exportações cearenses e umterço das capixabas. Em outros 11 estados, os Estados Unidos têm participação entre 10 e 20% nasvendas externas.

Emerson Lopes / Safras NewsCopyright 2024 – Grupo CMA

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