[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
O frigorífico paraguaio BMG Foods, presente no Brasil desde 2021, agora expande sua atuação para o segmento de pets. Em entrevista à AGÊNCIA DC NEWS, Ricardo Rinaldo, gerente de Marketing da companhia, diz que a expectativa é consolidar a marca Gran Cani, com produtos caninos, no mercado nacional em até cinco anos, com foco na distribuição. Apesar de já ter parcerias com varejistas de bairro, a empresa quer popularizar a marca por meio de distribuidores maiores. “E é aí que a gente está apostando as fichas.” De acordo com o executivo, agora o Brasil é um dos importadores dos petiscos caninos, juntando-se aos Estados Unidos e Chile.
“A gente tem uma expectativa, primeiro, de entrar nas grandes contas aqui do Brasil. Então, os grandes distribuidores”, disse Rinaldo. Com o plano traçado, ele afirma que a empresa não está, nesse momento, “olhando muito para o volume este ano”, mas sim para a logística. “A gente ainda não tem um negócio fechado tão grande assim, temos bastantes negócios pontuais”, disse. “O grande gol deste ano é a gente fechar com um grande distribuidor e pulverizar.” Rinaldo ressalta que apesar das grandes redes serem muito visíveis, elas não são as mais representativas na venda. Segundo ele, mercados pet de bairro e pequenas clínicas correspondem a 60% da distribuição e do volume negociado pela empresa. “O maior interessado é o pequeno”, afirmou.
O gerente de Marketing também diz que há interesse em expandir a atuação para supermercados, mas que ainda é um segmento incipiente. “Onde vou como frigorífico, tenho colocado o [produto] pet também nessas feiras”, disse. O executivo diz que os varejistas alimentícios já se interessam pelo produto, mas ainda é uma área que exige maior estudo. Para Rinaldo, a vantagem é que as redes de supermercados são tem longas caudas de distribuição, com unidades em diversos locais. “Mas estamos na fase de apresentar o produto e benefícios, coisa que para o universo pet já foi feito”, afirmou.
PRODUTOS – Rinaldo antecipa o lançamento de um novo produto da Gran Cani: uma linha de casco bovino, que tem une petisco e lazer para o cães. É uma alternativa de brinquedo e alívio de estresse para os pets, além de usar uma peça que não seria utilizada no frigorífico. “Logo, logo está chegando no Brasil.” Mas a marca não pretende expandir para o ramo de rações, o foco primordial é o de petiscos, os chamados snacks. Parte do motivo está no fato de ser um mercado mais competitivo, com marcas nacionais e internacionais já estabelecidas. “Para uma estratégia de curto prazo, a gente não estaria olhando para isso por conta justamente dessa competitividade”, disse. Apesar do revés, a BMG Foods fornece produtos, como farinha de osso, para grandes indústrias de ração.
Também não é do interesse da empresa expandir o portfólio a fim de atender outros animais. Rinaldo explica que os gatos, segundo maior grupo de pets, apresentam exigências distintas quanto aos produtos. “Eles consomem alimentos ou petiscos mais úmidos, com sabores específicos, diferentes do canino”, afirmou. “Hoje, a nossa especialidade é o canino. Não teria como fugir muito disso.”
EXPANSÃO – Criada há três anos no Paraguai, a Gran Cani foi criada após um investimento referente a R$ 500 mil, também usado para a criação de embalagens e registros. Rinaldo explica que a estratégia para galgar espaço no varejo está em conquistar o pequeno varejista – os pet shops físicos independentes e casas agrícolas representam 78% do faturamento do setor, segundo o Kantar. “Como a gente já tinha desenvolvido isso há três anos, aqui já foi mais fácil, trouxemos com baixíssimo investimento”, disse. No momento, o foco da marca está em feiras do ramo e divulgar a Gran Cani, com aproximadamente R$ 200 mil voltados para a comunicação. Atualmente, a operação está centralizada em 20 pessoas, divididas entre Paraguai e Brasil.
A ideia da marca surgiu como forma de aproveitar partes do bovino e do suíno que não são utilizadas na alimentação humana e virariam algum subproduto, como farinha. “O que nos motivou a entrar nessa categoria foi justamente a oportunidade de usar essas matérias-primas dessa forma”, disse Rinaldo. A marca é fabricada em frigorífico paraguaio, em Concepción, presente no Brasil há oito meses.