Governo central tem déficit de R$ 44,2 bi em junho, 4º pior da série

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – As contas do governo central registraram um resultado negativo de R$ 44,2 bilhões em junho de 2025, informou nesta quarta-feira (30) o Tesouro Nacional. O déficit é 8,5% maior do que um ano atrás e também o quarto pior da série histórica (já considerando dados atualizados pela inflação).

O número é observado mesmo após uma expansão real de 2,1% nas receitas, para R$ 218,4 bilhões. Entre os principais destaques, está o maior ganho com Imposto de Renda (mais R$ 4,6 bilhões) e o IOF (mais R$ 2,3 bilhões).

O avanço nas receitas, no entanto, se deu nas chamadas receitas administradas (onde estão os impostos e tributos), que precisam em grande parte ser repartidas com estados e municípios. Quando retirado da conta esse repasse, o que resulta na chamada receita líquida, o valor caiu 0,1%, para R$ 169 bilhões.

Já na arrecadação não administrada, houve queda expressiva de 23%, para R$ 20,3 bilhões. Entre os motivos, a redução real de 68% com dividendos, devido a menores recebimentos de Petrobras (menos R$ 4,4 bilhões na comparação) e Banco do Brasil (menos R$ 782 milhões).

Já as despesas registraram um avanço real de 1,6%, para R$ 213,3 bilhões. De acordo com o Tesouro, a expansão decorreu principalmente dos Benefícios Previdenciários (mais R$ 5,7 bilhões), devido ao aumento real do salário mínimo e ao crescimento do quantitativo de beneficiários.

Também houve aumento do BPC (Benefícios de Prestação Continuada, com mais R$ 1,2 bilhão na comparação com um ano antes) e na rubrica de Abono e Seguro Desemprego (mais R$ 1,6 bilhão).

O avanço das despesas são observadas principalmente nas despesas obrigatórias. Nas discricionárias, sobre as quais o governo tem poder de decisão, observaram uma retração de R$ 7,7 bilhões, sobretudo em Saúde (menos R$ 4,4 bilhões na comparação) e Educação (menos R$ 1,4 bilhão). As contas do governo central incluem Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social.

Apesar do resultado do mês, o déficit no acumulado do ano apresentou redução em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado ficou negativo em R$ 11,5 bilhões, frente a R$ 67,4 bilhões no vermelho no mesmo período de 2024 (em termos nominais).

Nesse caso, contaram para a melhora o fato de, no ano passado, o governo ter gasto R$ 7,4 bilhões em crédito extraordinário para enfrentar as enchentes do Rio Grande do Sul. Além disso, há diferença no cronograma de pagamento de precatórios (despesas que decorrem de decisões judiciais).

LIMITE DE GASTOS

Com o fechamento das contas do semestre, o Tesouro Nacional já sabe qual o limite máximo de expansão de despesas permitido pelo arcabouço fiscal em 2026. Isso porque a variação depende da verificação das receitas até o meio do ano anterior.

De acordo com o Tesouro, a expansão nominal em 2026 pode ser de até 7,98% em relação a 2025. Já o percentual de avanço real fica limitado ao máximo previsto no arcabouço, de 2,5%.

O governo ainda depende de certas variáveis para calcular o valor exato de despesas permitidas pelo arcabouço no ano que vem, mas prevê no principal cenário que o valor fique em no máximo R$ 2,427 trilhões.

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