Governo concede cinco novas áreas para exploração de petróleo no pré-sal

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Com arrecadação de R$ 103,7 milhões, o governo concedeu nesta quarta-feira (22) cinco novas áreas para exploração de petróleo no pré-sal, localizadas nas bacias de Santos e Campos. Do total ofertado, dois blocos ficaram sem interessados.

Foi o segundo leilão de áreas exploratórias do país no ano em que sedia a COP30, a conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima. No primeiro, a ANP concedeu 34 blocos exploratórios -entre eles, 19 estão localizados na bacia da Foz do Amazonas.

Na abertura do leilão desta quarta, o diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) defendeu o aumento da produção de petróleo no país.

“A transição energética responsável é feita pelo lado da redução da demanda”, afirmou. “A gente não pode pensar em restringir a oferta de um país. Se a gente fizesse isso, essa oferta seria prontamente substituída por outros países, com prejuízo aos interesses nacionais.”

Após o leilão Watt disse que a concorrência foi um sucesso, apesar da ausência de grandes petroleiras como a americana ExxonMobil e a britânica Shell, sempre presentes em leilões do pré-sal. O diretor-geral da ANP citou o elevado ágio médio, de 91,20%, e a diversificação de empresas, como fatores positivos.

A australiana Karoon, por exemplo, arrematou seu primeir bloco como operadora no pré-sal, chamado Esmeralda. Também estreantes como operadores, as chinesas CNOOC e Sinopec levaram em consórcio o segundo, chamado Ametista.

Ambos ficam na porção sul do chamado polígono do pré-sal, em frente ao litoral paulista. É a mesma região do bloco Bumerangue, onde a britânica BP anunciou recentemente sua maior descoberta de petróleo e gás em 25 anos.

A Petrobras ficou com dois blocos na Bacia de Campos, Citrino e Jaspe -o segundo em parceria com a norueguesa Equinor. A Equinor, sozinha, ficou com o bloco Itaimbezinho, também na bacia de Campos.

Jaspe teve o maior bônus de assinatura da oferta, com R$ 52,2 milhões. Fica colada a um bloco onde a Shell fez descoberta de gás natural recentemente.

“Foi um resultado importante em termos de diversidade e pluralidade de empresas. Pela primeira vez, uma petroleira independente saiu como operadora do pré-sal”, disse a diretora da ANP, Symone Araújo, referindo-se à Karoon.

A concorrência ocorreu sob uma nova onda de otimismo petroleiro provocada pela emissão da licença para perfuração de poço na bacia da Foz do Amazonas. Foi o leilão do pré-sal com o maior número de inscritos desde que o modelo atual de ofertas de áreas foi estabelecido, em 2022.

O incentivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à indústria do petróleo é alvo de protestos de organizações ambientalistas. Nesta segunda (20), a coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, chegou a dizer que o governo “sabota” a agenda climática.

“A contratação de áreas é um primeiro passo fundamental para a manutenção das atividades do setor, para a recomposição, manutenção e acréscimo das reservas do país, atração de investimentos e criação de empregos”, disse antes do leilão o diretor-geral da ANP.

Ele defendeu ainda que o petróleo “é totalmente compatível com transição energética”, alegando que o país já é um dos líderes em energia limpa e vem fomentando o desenvolvimento de biocombustíveis.

O secretário de Petróleo e Gás do MME (Ministério de Minas e Energia), Renato Dutra, também defendeu o incentivo à exploração e disse que o governo trabalha para oferecer 18 blocos no próximo leilão do pré-sal, previsto para 2026.

“O setor de petróleo e gás terá por um longo período um papel significativo na transição energética brasileira”, concluiu.

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