Hamas divulga vídeo em que refém é obrigado a cavar o que teme ser sua própria cova

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RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O Hamas publicou neste sábado (2) um vídeo em que um dos reféns mantidos pelo grupo terrorista aparece cavando o que ele acredita ser sua própria cova.

A família de Evyatar David, o homem que aparece nas imagens, permitiu a veículos de comunicação a divulgação do conteúdo, segundo o jornal The Times of Israel.

Na gravação, David aparece frágil e fala com voz fraca. “Hoje é 27 de julho, às 12h, não sei o que vou comer”, diz. “Não como há vários dias seguidos.”

“Estou em uma situação muito, muito difícil, por muito tempo, por alguns meses”, diz ele, que também relatou falta de comida e água. “Isso não é ficção, isso é real”, afirma.

Nas declarações, o refém menciona que sua alimentação atual é composta por lentilhas e feijões. David também mostrou um calendário no qual constam os dias em que teria comido e vários dias seguidos em que não teria recebido comida.

Durante o vídeo, uma pessoa por trás da câmera entrega a ele uma lata. “Esta lata é para dois dias. Toda esta lata é para dois dias para que eu não morra”, diz o refém.

Em uma estratégia do Hamas de pressionar o governo de Israel, Evyatar David também fez uma fala direcionada ao primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu. “Fui completamente abandonado por você, meu primeiro-ministro, que deveria se preocupar comigo e com todos os prisioneiros.” O grupo terrorista rotula os reféns que capturou como prisioneiros, termo usado no vídeo.

No final da gravação, David aparece cavando o que ele teme ser sua própria sepultura dentro do túnel. Afirma que se sente “cada vez mais fraco” a cada dia e caminhando em direção à morte. “Esta é a cova em que acho que serei enterrado.”

Neste sábado (2), o comandante do Estado-Maior do Exército israelense afirmou que, se os reféns em poder do Hamas não forem libertados da Faixa de Gaza, o “combate continuará sem trégua”.

“Acredito que, nos próximos dias, saberemos se conseguiremos alcançar um acordo para a libertação dos nossos reféns”, afirmou o tenente-general Eyal Zamir durante uma visita às tropas no território palestino, segundo um comunicado militar.

Zamir “fez uma visita ao território e uma avaliação da situação” na sexta-feira na Faixa de Gaza, acompanhado por vários comandantes do Exército, de acordo com o comunicado.

“A guerra continua e vamos adaptá-la à realidade que sofre alterações de acordo com nossos interesses”, declarou. O conflito foi desencadeado pelos ataques do grupo terrorista Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que provocaram a morte de 1.219 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 49 continuam como reféns em Gaza, incluindo 27 que foram declaradas mortas pelo Exército.

A contraofensiva de Israel já deixou mais de 60 mil mortos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, se reuniu, neste sábado (2), em Tel Aviv com as famílias dos reféns israelenses que permanecem em cativeiro. Cercado por seguranças, Witkoff seguiu até a chamada Praça dos Reféns.

Recebido com gritos de “Tragam-nos para casa agora”, Witkoff conversou com membros das famílias em um prédio próximo à praça.

Centenas de pessoas, algumas vestidas de preto e exibindo fotos de seus parentes, protestaram no local, que se tornou o ponto de encontro das famílias dos sequestrados e dos manifestantes que exigem o fim da guerra.

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