SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A brasileira Bruna Caroline Ferreira, mãe do sobrinho de 11 anos da secretária de imprensa e porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi presa por agentes de imigração nos Estados Unidos.
Bruna foi detida no início do mês perto de Boston. Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna disse a veículos locais que ela é uma “imigrante criminosa ilegal” que já havia sido presa antes por agressão e não tem visto válido desde 1999. A brasileira está detida no Centro de Processamento do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos) no estado da Louisiana e aguarda deportação, segundo o órgão.
O advogado dela, Todd Pomerleau, nega histórico criminal da cliente. Em entrevista à ABC News, Pomerleau disse que Bruna nunca respondeu por nenhum crime e provocou o ICE a provar o que dizem.
Bruna entrou nos EUA ainda criança e era protegida por esse status. A brasileira, segundo a defesa, estava no processo de obtenção do green card, o visto permanente para imigrantes no país, e vivia, enquanto isso, sob as regras do chamado DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância), que protegia pessoas que foram levadas aos EUA ainda crianças. O mecanismo tem sido alvo de ataques de Donald Trump desde seu primeiro mandato. A secretária-assistente de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, chegou a dizer em entrevista que o programa não protegia os beneficiários de deportações.
MENINO VIVE COM O PAI
Prisão aconteceu quando ela ia buscar o filho. Segundo o advogado de Bruna, ela e o irmão da porta-voz de Trump, Michael Leavitt, já foram noivos, e agora dividiam a guarda do menino. Michael contou à imprensa local que o filho não fala com a mãe desde a detenção, admitiu que é uma situação difícil e disse que só quer o melhor para a criança.
Pessoa próxima disse que o menino de 11 anos vive com o pai desde que nasceu. Em entrevista à CNN americana, esta fonte, que não foi identificada, contou que eles moram em New Hampshire e que Karoline Leavitt e Bruna não se falam há muitos anos. Procurada pela imprensa, a secretária de Trump não quis se pronunciar.
FAMÍLIA ARRECADA FUNDOS PARA PAGAR DEFESA
A irmã de Bruna, Graziela, abriu um financiamento coletivo para ajudar nas despesas. Na página, hospedada na plataforma GoFundMe, a família colocou a meta de arrecadação em US$ 30 mil, pouco mais de R$ 161 mil. Segundo Graziela, o dinheiro vai “cobrir os custos legais e todas as despesas necessárias para dar à Bruna a melhor chance possível de voltar para sua família”. Até o início da tarde de hoje, a página já havia arrecadado mais 60% do valor, quase US$ 19 mil.
Bruna chegou aos EUA com os pais em 1998. Graziela conta a história da irmã e diz que ela “sempre manteve seu status legal por meio do DACA, cumpriu todas as exigências e nunca deixou de fazer o que é certo”, destacando ainda o caráter trabalhador e generoso de Bruna.