Internet e celular renovam recorde com avanço entre crianças, adultos e idosos no Brasil

Uma image de notas de 20 reais

Imagem gerada por IA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O uso da internet e a posse de telefone celular seguiram em trajetória de alta no Brasil em 2024, renovando os recordes de uma série histórica iniciada em 2016, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Houve avanço de percentuais em diferentes grupos ao longo dos anos: de crianças e jovens a adultos e idosos. As informações integram um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

Conforme o levantamento, a população de dez anos ou mais que utilizou a internet aumentou de 164,5 milhões em 2023 para 168 milhões em 2024.

Com o resultado, o percentual de usuários dessa faixa etária cresceu de 88% para 89,1%, recorde da pesquisa. A proporção era de 66,1% em 2016.

Uma pessoa é considerada usuária pelo IBGE se teve conexão com a rede em qualquer lugar e por qualquer meio nos três meses que antecederam a entrevista. O levantamento mais recente foi realizado no quarto trimestre de 2024.

Já o número de brasileiros de dez anos ou mais que tinham celular para uso pessoal cresceu de 163,8 milhões em 2023 para 167,5 milhões no ano passado.

Assim, o percentual de pessoas dessa faixa etária com o aparelho também renovou o recorde da série, saindo de 87,6% para 88,9%. O patamar era de 77,4% em 2016.

Segundo o IBGE, o celular é o aparelho mais utilizado para acessar a internet no Brasil. Alcançou 98,8% dos usuários em 2024. A proporção era de 94,8% em 2016.

Também chama a atenção o aumento do percentual de dez anos ou mais que se conecta por meio do aparelho de TV.

Essa fatia foi de 53,5% em 2024, alcançando pela primeira vez mais da metade dos usuários. A taxa era de apenas 11,3% no ano inicial da pesquisa.

O percentual de usuários que acessam a rede por meio do microcomputador, por outro lado, vem encolhendo. Atingiu 33,4% em 2024, após marcar 63,2% em 2016.

“A internet tem feito cada vez mais parte do cotidiano da sociedade. Muitos serviços são acessados. As pessoas se comunicam, é importante para o trabalho”, disse Gustavo Geaquinto Fontes, analista da pesquisa do IBGE.

PERCENTUAL DE IDOSOS CONECTADOS TEM SALTO

Quando a análise considera as diferentes faixas etárias, um destaque vem dos idosos. A proporção de pessoas de 60 anos ou mais conectadas à rede subiu de 66% em 2023 para 69,8% em 2024.

Os idosos ainda têm o menor percentual de uso entre as faixas de idade detalhadas pelo IBGE, mas registram avanço considerado expressivo ao longo da série. Em 2016, somente 24,7% dessa população estava conectada —menos da metade do patamar mais recente.

Entre as crianças e os adolescentes de 10 a 13 anos, a proporção de usuários da internet também avançou, de 84,2% em 2023 para 84,8% em 2024. O patamar era de 66% em 2016.

Entre os jovens de 14 a 19 anos, houve movimento na mesma direção. O percentual de usuários nessa faixa etária subiu de 93,7% em 2023 para 94,7% em 2024. A fatia era de 83,3% no ano inicial da série.

O grupo com o maior percentual de usuários da internet é o de 25 a 29 anos: 96,4% em 2024.

Essa proporção ficou praticamente estável, com um leve avanço ante 2023 (96,3%), e cresceu mais se comparada a 2016 (83,7%).

Entre adultos mais velhos, de 50 a 59 anos, o percentual de pessoas conectadas à rede subiu de 88% em 2023 para 89,9% em 2024. O patamar era de 52,4% em 2016.

CELULAR ALCANÇA MAIS DE 50% DAS CRIANÇAS

No indicador de posse de celular, o grupo que registra a maior proporção de pessoas com o aparelho é o dos adultos de 30 a 39 anos: 96,5% em 2024. A parcela era de 95,8% em 2023.

A menor proporção de pessoas com celular é verificada entre as crianças e os adolescentes de 10 a 13 anos. O percentual, contudo, cresceu na passagem de 2023 (54,8%) para 2024 (56,5%), permanecendo acima de 50%. Menos da metade desse grupo tinha o aparelho no período de 2016 (39,3%) a 2019 (46,7%).

O uso excessivo do celular por crianças e adolescentes preocupa especialistas. Uma lei sancionada pelo presidente Lula (PT) restringiu a utilização do equipamento em escolas no início de 2025.

Entre os idosos, a posse de celular avançou de 76,1% em 2023 para 78,1% em 2024, segundo o IBGE. Em 2016, 60,7% das pessoas com 60 anos ou mais tinham o equipamento.

MEIO URBANO VERSUS RURAL

Outro recorte trazido pela Pnad é o detalhamento geográfico. A população urbana tem percentuais maiores de usuários de internet (90,2%) e de pessoas com celular (90,5%), considerando os habitantes de dez anos ou mais.

No meio rural, as proporções foram de 81% e 77,2% em 2024, respectivamente. Embora continuem em patamar inferior, essas taxas cresceram ao longo da série.

Em 2016, o uso da internet era realidade para apenas 33,9% da população rural de dez anos ou mais, enquanto a posse de celular alcançava 54,6%.

Entre as grandes regiões, o Centro-Oeste teve a maior proporção de pessoas conectadas à rede em 2024: 93,1%. O Nordeste registrou a menor (87,2%), mas vem em crescimento.

O Centro-Oeste também marcou o percentual mais elevado de habitantes de dez anos ou mais com celular (92,6%). O menor patamar ocorreu no Norte (83,7%).

Diferenças ainda podem ser percebidas em um recorte envolvendo estudantes.

Na rede privada, a proporção de alunos que usaram a internet em 2024 foi de 97%. É um percentual superior ao registrado na rede pública (90%).

Ainda de acordo com o IBGE, 95,2% dos usuários de internet em 2024 se conectaram à rede diariamente.

Esse patamar vem subindo desde que o indicador passou a ser investigado, em 2022. À época, a proporção era de 93,4%.

*

Pessoas que usam internet no Brasil

% da população de dez anos ou mais

2016 – 66,1

2017 – 71,1

2018 – 76,2

2019 – 79,5

2021 – 84,7

2022 – 87,2

2023 – 88,0

2024 – 89,1

*Sem dados em 2020, ano inicial da pandemia

Fonte: IBGE

Pessoas com celular no Brasil

% da população de dez anos ou mais

2016 – 77,4

2017 – 78,5

2018 – 79,7

2019 – 81,4

2021 – 84,4

2022 – 86,5

2023 – 87,6

2024 – 88,9

*Sem dados em 2020, ano inicial da pandemia

Fonte: IBGE

Voltar ao topo