São Paulo, 17 de julho de 2025 – O Itaú BBA divulgou um relatório com as perspectivas deresultados para o segundo trimestre de 2025 (2T25) em relação aos bancos e outras instituiçõesfinanceiras, mas sem citar o Itaú. Segundo a análise, o Bradesco deve apresentar o melhorresultado, refletindo sua carteira de crédito, expansão da margem financeira líquida (NIM),juntamente com fortes tendências de seguros, que deve impulsionar os lucros mais uma vez e melhoraras perspectivas para o ano fiscal de 2025/26.
Do lado negativo, espera-se que o Banco do Brasil enfrente desafios devido a despesas de provisãomais pesadas. Os mercados estão ansiosos para ver o que a nova projeção para o ano fiscal de 2025implicará para o carryover de 2026. “Estamos cautelosos, antecipando um caminho mais longo para arecuperação. Também estamos menos entusiasmados com o Nu, esperando que o alto custo do riscoamorteça os efeitos do crescimento da receita sobre os lucros. Espera-se que o Inter tenha umdesempenho semelhante. No mercado de capitais, esperamos que o BTG seja um ponto fora da curvapositivo, combinando o desempenho superior dos negócios com clientes com maiores retornos sobre opatrimônio líquido (ROEs)”, explicou o BBA.
O banco de investimentos destacou ainda que a XP deverá apresentar lucros estáveis e perdas emdiversas frentes. Já a B3 deve ter um trimestre bastante consistente, beneficiando-se de maioresvolumes que se refletem nos lucros por meio da contenção de despesas. Seguradoras como BB e CaixaSeg, devem apresentar aumento nos lucros, principalmente devido aos resultados financeiros e àbaixa sinistralidade; no entanto, espera-se que a emissão de prêmios seja fraca devido àsdificuldades com folha de pagamento e crédito agrícola, especialmente na BB Seg. Os playersadquirentes também devem apresentar tendências de volume mais fracas, com o crescimento da receitae os lucros da Stone provavelmente sendo mais fortes do que os do PagBank.
Para o Santander Brasil, a previsão é um lucro de R$ 3,8 bilhões (16% de ROE), alta de 13% emrelação ao ano anterior e relativamente estável em relação ao trimestre anterior, já que asmargens mais altas dos clientes são compensadas por perdas de tesouraria. O banco deve continuarpriorizando as margens brutas em detrimento da carteira de crédito (estável em relação aotrimestre anterior).
O Bradesco deve ter lucro de R$ 6,1 bilhões (14,7% de ROE). Espera-se uma melhora sequencial de 4%no lucro, já que o Margem de Lucro Líquido (NII) e o seguro mais fortes compensam o custo de riscoligeiramente mais alto e as despesas de vendas, gerais e administrativas mais pesadas. “Esperamosque isso desencadeie revisões para cima na projeção de lucro implícito no ponto médio,reforçando o momento positivo para o próximo ano”, apontou o BBA.
Sobre o Banco do Brasil, a análise afirmou que o o lucro deve chegar a R$ 5,3 bilhões (11% ROE)devido aos crescentes efeitos de provisão decorrentes da piora da qualidade de crédito, apesar darecuperação dos resultados da tesouraria. O banco também deve retomar a publicação dasprojeções para o ano fiscal de 2025 e atualizar os mercados sobre uma provável política dedistribuição de dividendos mais baixa, que deve ser de R$ 24,7 bilhões para este ano e R$ 30bilhões para o próximo.
“Os investidores estão ansiosos para obter mais visibilidade para avaliar melhor os múltiplos etentar capturar uma inflexão nos lucros. Não acreditamos que será um caminho rápido para alucratividade do Banco do Brasil. Dada a magnitude e a natureza generalizada dos problemas em todosos três segmentos de crédito, a recomposição das provisões deve levar vários trimestres,provavelmente no segundo semestre de 2026”, concluiu.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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