Porto Alegre, 14 de agosto de 2025 – A SLC Agrícola registrou lucro líquido de R$ 139,8milhões no segundo trimestre de 2025, o que representa um recuo de 56,5% em relação ao mesmotrimestre do ano passado. Durante teleconferência de resultados nesta quinta-feira (14), o diretorfinanceiro da empresa, Ivo Brum, explicou que a redução foi causada principalmente pela menormarcação de ativos biológicos no algodão, devido ao atraso do ciclo de desenvolvimento.
No mesmo período de 2024, 99,8% da área de algodão em pluma e caroço estava marcada, contra76,2% este ano. Apesar disso, o resultado bruto cresceu R$ 277,5 milhões, impulsionado pelaprodutividade recorde na soja e no milho. No milho, a produtividade foi 35,6% superior à estimativanacional, e na soja, 11,2% acima da previsão da Conab.
A safra de soja da SLC está totalmente colhida. O algodão atingiu 61% da área de e o milhosegunda safra checou a 90%. O CEO, Aurélio Pavinato, destacou que o algodão de segunda safra deveapresentar ótima produtividade devido às boas chuvas no Mato Grosso.
No campo financeiro, a geração de caixa livre foi negativa no trimestre e no semestre,movimento considerado normal devido ao maior capital de giro necessário para custear a safra. Entreos desembolsos, destacam-se o pagamento de R$ 241 milhões em dividendos, R$ 103 milhões pelaaquisição da participação minoritária na SLC MIT, além de aquisições estratégicas nosemestre, incluindo R$ 636,5 milhões em terras (Fazenda Paysandu, Fazenda Paladino e propriedade emUnaí/MG) e a última parcela da SLC LandCo (R$ 280,9 milhões).
A companhia também expandiu sua área agrícola com a incorporação da Sierentz Agro em 1º dejulho, adicionando cerca de 100 mil hectares arrendados no Maranhão e Pará. Com isso, a previsãode plantio para 2025/26 é de aproximadamente 830 mil hectares, um aumento de 12,9% sobre o cicloanterior.
Além disso, anunciou projeto de irrigação no Oeste da Bahia, que prevê ampliar a áreairrigada dos atuais 16 mil para 53 mil hectares nos próximos anos, com 3,3 mil hectares adicionaisjá na safra 2025/26.
O objetivo é reduzir riscos climáticos, aumentar a produtividade e valorizar as terras,afirmou o diretor executivo.
Cenário geopolítico e seus efeitos
A companhia afirmou que o momento é de muitas incertezas e que a dinâmica do mercado estámudando. O CEO ressaltou que as tensões geopolíticas, especialmente nos Estados Unidos sob ogoverno Trump, têm adicionado riscos e volatilidade.
Apesar disso, Pavinato disse acreditar que se a China, maior importadora de produtosbrasileiros, deslocar a demanda para os EUA em um possível acordo comercial, irá abrir outrosmercados para o Brasil.
Esses vasos intercomunicantes entre os países vão ser muito difíceis de interromper, nãoseremos afetados tão forte. A demanda por commodities está contratada, alguém terá que consumir,disse.
Sobre insumos, o diretor executivo ressaltou que os preços internacionais de fertilizantesestão elevados. Os nitrogenados estão cerca de 40% acima da média histórica, fazendo a empresaaguardar o momento ideal para novas compras.
É um produto caro para commodities com preços baixos. Achamos que, em algum momento, ospreços vão se ajustar ao patamar histórico, afirmou.
Para a safra 2025/26, a SLC já adquiriu 100% do cloreto de potássio, 95% dos fosfatados, 60%dos nitrogenados e 91% dos defensivos.
Mantemos a confiança em seguir investindo e expandindo. Alguém terá que consumir ascommodities, e iremos aproveitar oportunidades de mercado, destacou
Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
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