Mais membros se mostraram favoráveis a aumentos de juros na reunião de setembro

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 5 de novembro de 2025 – A ata da reunião de setembro do Banco do Japão (BoJ)mostrou que um número crescente de membros do comitê do banco acredita que as condições estãose consolidando para um novo aumento das taxas de juros. Durante o encontro de dois dias, encerradoem 19 de setembro, o conselho de nove membros decidiu manter os juros em 0,5%, rejeitando a propostade dois dirigentes mais “hawkish” que defendiam uma elevação imediata para 0,75%. A discussãorevelou um deslocamento do foco, do se para o quando, sobre a próxima alta de juros.

Alguns membros consideraram prudente aguardar mais dados concretos antes de agir, temendosurpreender os mercados com um aumento prematuro. Um deles argumentou que, embora os critérios parauma elevação estivessem sendo gradualmente atendidos, o momento ainda não era oportuno. Outrocitou as incertezas ligadas à desaceleração da economia dos EUA como motivo para cautela, masreconheceu que, sob a ótica da economia japonesa, o momento já poderia justificar uma nova alta.

O conteúdo da ata indica um fortalecimento do debate interno em torno da retomada do apertomonetário, à medida que diminuem os temores de que tarifas mais altas nos EUA prejudiquem afrágil recuperação japonesa. Embora o BoJ tenha mantido os juros inalterados novamente emoutubro, o presidente Kazuo Ueda deu o sinal mais claro até agora de que um aumento pode ocorrerjá em dezembro. Os participantes discutiram os riscos de esperar demais, ponderando o impacto decustos de alimentos persistentemente altos sobre a inflação e as incertezas no crescimento global.

Alguns dirigentes defenderam aumentos graduais e regulares, citando que, até o fim do ano, obanco disporá de uma ampla base de informações, como lucros corporativos e a pesquisa empresarialTankan. Outros alertaram que adiar o aperto monetário por mais tempo aumentaria os custoseconômicos, especialmente se a inflação continuar resistente. No entanto, os membros maiscautelosos lembraram a longa experiência do Japão com a deflação, ressaltando que asexpectativas inflacionárias ainda não estão firmemente ancoradas na meta oficial de 2%.

Esses dirigentes mais “dovish” argumentaram que, enquanto as expectativas de inflaçãopermanecerem instáveis, o BoJ deve manter condições financeiras acomodatícias. Após encerrar em2024 seu programa de estímulos massivos que durou uma década, o banco central elevou os juros para0,5% em janeiro, quando avaliou que o país se aproximava de atingir de forma sustentável a meta de2%. Desde então, as taxas permaneceram estáveis, mas a ata indica que o consenso interno podeestar mudando rumo a um novo ciclo de alta nos próximos meses.

Vanessa Zampronho / Safras News

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