SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O retorno do Salão do Automóvel de São Paulo ao pavilhão do Anhembi (zona norte) será marcado pela forte presença de marcas chinesas e pelo ressurgimento de veículos que já foram montados no Brasil. O evento será aberto ao público no sábado (22) após um hiato de sete anos.
No caso da RAM, marca de picapes do grupo Stellantis, a nova Dakota retoma o nome do antigo utilitário montado em Campo Largo (PR) na virada do século. Então sob o comando da extinta Daimler Chrysler, o modelo trazia a marca Dodge.
Quase três décadas depois, a Dakota usa plataforma de Fiat Titano e virá de Córdoba, na Argentina, a partir do início de 2026.
A Peugeot oferecerá ainda mais saudosismo com o E-208 GTI, seu compacto esportivo elétrico. O modelo remete a um clássico dos anos 1980, o “hot hatch” 205 GTI.
O novo modelo a bateria tem 280 cv de potência e acelera do zero aos 100 km/h em 5,7 segundos, segundo a fabricante. Sua bateria de 54 kWh oferece autonomia de 350 km.
Outro destaque do grupo Stellantis no Salão do Automóvel de São Paulo será o Jeep Avenger, que será produzido no polo automotivo de Porto Real (RJ), mesmo local que fabrica os Citroën Basalt, Aircross e C3.
Na Toyota, o destaque será a exibição do Yaris Cross, que entra em pré-venda nesta semana, mas só chegará às lojas no primeiro trimestre de 2026. A produção foi prejudicada pelo evento climático que, em setembro, destruiu a fábrica de motores da montadora japonesa, em Porto Feliz (interior de São Paulo).
O SUV compacto terá opções com motorização híbrida flex, que concilia etanol, gasolina e eletricidade. Seus principais concorrentes serão Honda HR-V, Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta, Nissan Kicks e Chevrolet Tracker, todos com versões que custam mais de R$ 150 mil.
Após lançar o WR-V (a partir de R$ 144.990), a Honda vai testar a popularidade de seu novo utilitário esportivo de entrada no Salão do Automóvel de São Paulo. O modelo será o destaque da marca no evento paulistano.
Mas o principal teste para as montadoras tradicionais será medir o apelo de seus carros diante das novidades chinesas, que terão forte presença na mostra, com 11 empresas confirmadas.
A Leapmotor iniciou suas operações no início do mês, enquanto a MG Motor estreou oficialmente na semana passada. Já o Grupo Caoa, pioneiro com os modelos da Chery, deve apresentar o elétrico futurista Avatr 11, da marca Changan.
GAC, Omoda Jaecoo e Geely vão focar a linha atual, enquanto a BYD apresentará o Denza B5. Na GWM, os primeiros Haval feitos no Brasil terão destaque.
Em comum, todos os modelos de origem chinesa apresentarão diferentes níveis de eletrificação. Em meio à transição energética em curso, esse será um dos pontos altos do salão.
A sul-coreana Kia também vai apostar na eletricidade para renovar sua linha no Brasil. Os utilitários esportivos híbridos Sportage e Stonic vão direto do evento para as concessionárias da marca. Já a picape média Tasman marcará a estreia da empresa no segmento em 2026, quando também chegará o inédito K4, nas versões hatch e sedã.
Na Renault, o SUV médio Boreal surge por R$ 179.990. Será mais um modelo que chega ao Salão do Automóvel logo após ser lançado, sendo novidade para grande parte do público que vai visitar o Pavilhão do Ibirapuera. A marca francesa deve exibir ainda o luxuoso Koleos, utilitário disponível na Europa, e a versão conceitual da picape Niagara.
O evento terá um espaço reservado para os carros antigos. No estande do Museu Carde, dois superesportivos devem atrair a maior quantidade de flashes: Ferrari F40 e Jaguar XJ220.
Lançado em 1987, o esportivo italiano foi a estrela da edição de 1990 do Salão de São Paulo uma semana depois de ganhar as ruas de Brasília (DF) com o então presidente da República, Fernando Collor de Mello, ao volante.
Aquele exemplar pertence hoje a uma coleção de Ribeirão Preto (interior de São Paulo). A Ferrari exibida no salão é a segunda unidade da F40 de que se tem notícia em solo brasileiro.
“Ela seguiu de Maranello para um colecionador japonês, que a manteve por quase toda sua vida, até vender para um comerciante de esportivos na Alemanha, onde fomos buscá-la justamente pelo histórico de poucos proprietários”, explica Luiz Goshima, diretor do Carde, que fica em Campos do Jordão. “O carro tem 11 mil quilômetros e, o principal, o certificado de autenticidade da Ferrari Classiche.”
O inglês Jaguar XJ220 também tem história, tendo pertencido ao piloto Nelson Piquet.
Entre os nacionais, destaque para dois modelos raros: o Uirapuru e o Hofstetter 001. Também do Carde é a Volkswagen Kombi 1960 que guarda uma curiosidade: é o mesmo exemplar que foi apresentado no Salão do Automóvel de 1960, ainda realizado no parque do Ibirapuera (zona sul).
.