Mercado aquecido faz tempo de desemprego cair. Mas sete estados têm acima de 50% informais

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Informalidade, muito atrelada ao comércio, ainda é majoritária em sete estados
(Foto: Cris Faga/Dragonfly Press/Folhapress)
  • Informalidade segue como característica do mercado de trabalho brasileiro, e atinge 38% dos ocupados. O equivalente a 38,9 milhões de pessoas
  • Comércio ainda é o maior empregador do Brasil, com 19,1% do total de ocupados
Por Vitor Nuzzi

[AGÊNCIA DC NEWS]. Novos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE, reforçam a visão de que o mercado de trabalho segue aquecido. Além da taxa de desemprego nos menores níveis da série histórica, da formalização e da renda em alta, o tempo de procura por trabalho vem diminuindo. O número de pessoas que procuram ocupação há dois anos ou mais cai 19% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2012, primeiro ano da pesquisa. Na outra ponta, o desemprego de curta duração (menos de um mês) cresce 45,9%. A maior parcela de desempregados, quase metade (49,6%), se situa entre um mês e um ano – são 3,8 milhões.

Ao mesmo tempo, a informalidade continua sendo uma característica do mercado brasileiro. Atinge 38% dos ocupados – 38,9 milhões de pessoas. Os dados do IBGE mostram diferenças regionais. As taxas chegam a 58,4% no Maranhão, a 57,5% no Pará e a 54,6% no Piauí. E vão a 25,3% em Santa Catarina, 28,2% no Distrito Federal e 29,3% em São Paulo. No total, o Brasil tem sete estados onde mais de 50% da população ocupada é informal. Além de Maranhão, Pará e Piauí, Amazonas (53,3%), Ceará (52,5%), Bahia (51,9%) e Paraíba (51,3%). Na análise por segmento econômico, comércio&reparação de veículos tem a maior proporção de trabalhadores no primeiro trimestre, com 19,1%, seguido da administração pública (que inclui seguridade, saúde e educação), com 18%, e da indústria (13%).

Na esteira do tempo, o número de pessoas que procuram trabalho há dois anos ou mais recuou para 1,4 milhão. É a menor quantidade para o primeiro trimestre desde 2015. São 334 mil a menos em relação a 2012. Na comparação com o ano passado, a queda é de 25,6%. Ainda assim, lembra o IBGE, o total fica 8,1% acima do menor contingente da Pnad Continua: 1,3 milhão, em 2014. Esse grupo representa 18,5% dos atuais 7,7 milhões de desempregados. Os que procuram ocupação há menos de um mês são 21,5% (1,7 milhão). Há ainda 806 mil desempregados no intervalo de um ano a menos de dois anos (10,5%).

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Conforme o IBGE divulgou, a taxa de desocupação (ou desemprego) foi de 7% no primeiro trimestre, ante 6,2% no período imediatamente anterior e 7,9% há um ano. Mais uma vez, a pesquisa mostra diferenças regionais (e sociais). Entre as unidades da federação, as maiores taxas foram registradas em Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). E as menores, em Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%). Cai para 5,7% entre os homens e sobe a 8,7% para as mulheres. É menor para brancos (5,6%) e maior para pretos (8,4%) e pardos (8%), classificação adotada pelo instituto. De acordo com a Pnad, o país tem uma força de trabalho estimada em 110,2 milhões, sendo 102,5 milhões de ocupados e 7,7 milhões de desempregados.

O rendimento médio mensal é estimado em R$ 3.410. Entre as regiões, os maiores são do Centro-Oeste (R$ 3.848), do Sul (R$ 3.840) e do Sudeste (R$ 3.814). Os menores, do Nordeste (R$ 2.383) e do Norte (R$ 2.649). A massa de rendimentos soma R$ 345 bilhões, R$ 21,2 bilhões a mais em um ano (+6,6%).

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