Mercado de trabalho e vendas no varejo indicam pouca necessidade de corte de juros - ING

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São Paulo, 17 de julho de 2025 – Para James Knightley, economista chefe global nos EUA da ING,os dados econômicos mais recentes dos Estados Unidos indicam que não há urgência para um corteiminente nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). “Odesempenho acima do esperado nas vendas do varejo e os pedidos de seguro-desemprego em níveis aindacontidos mostram uma economia resiliente, apesar das incertezas trazidas pelas tarifas sobreimportações e seu impacto potencial na inflação”, afirma.

Em junho, as vendas do varejo nos EUA tiveram alta de 0,6% em relação ao mês anterior,superando as expectativas de um crescimento de apenas 0,2%. O chamado “grupo de controle”, queexclui componentes voláteis como automóveis, materiais de construção, combustíveis ealimentação fora de casa, subiu 0,5% ante previsão de 0,3%. O resultado de maio, porém, foirevisado para baixo, de 0,4% para 0,2%. Knightley aponta que, como as vendas divulgadas são emvalores nominais (não ajustados pela inflação), é importante descontar cerca de 0,2 pontopercentual para obter a expansão real dos gastos, considerando a dinâmica recente do índice depreços ao consumidor (CPI).

Entre os destaques, as vendas de automóveis subiram 1,2% em valores nominais, mesmo com quedano volume de veículos vendidos e nos preços reportados no CPI. Houve alta também em materiais deconstrução, potencialmente impulsionada por compras antecipadas devido à expectativa de novastarifas, com destaque para o mercado de cobre. O segmento chamado “miscelâneo” cresceu 1,8%,enquanto as vendas de lojas online registraram expansão modesta de 0,4%.

“As vendas do varejo representam cerca de 42% de todos os gastos dos consumidores americanos. Em2025, o ritmo dessa expansão mostra sinais de estabilização após os ganhos expressivos doperíodo imediatamente pós-pandemia. O sentimento do consumidor piorou de forma relevante ao longodo ano, refletindo a preocupação com possíveis aumentos repassados ao consumidor final devido àstarifas, um mercado de trabalho mais frio e variações importantes na riqueza das famílias”,acrescenta.

No mercado de trabalho, os pedidos semanais de seguro-desemprego caíram para 221 mil, ante 228mil na semana anterior, tocando o menor patamar em três meses. Apesar do recuo, o número depessoas recebendo o benefício de forma contínua aumentou levemente para 1,956 milhão, indicandodificuldades crescentes de recolocação para quem perde o emprego.

“O mercado ainda sinaliza moderação nas contratações, especialmente na indústria, e atendência pode se intensificar no final do verão americano. Por fim, os preços de importaçãosubiram apenas 0,1% em junho, menos do que o esperado, sugerindo que os exportadores estrangeirosestariam absorvendo parte dos custos das tarifas por meio de preços menores. No entanto, o impactomais intenso das tarifas deve recair sobre as empresas e consumidores americanos nos próximosmeses”, conclui.

Vanessa Zampronho / Safras News

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