Mercado Livre compra Cuidamos Farma e entra no negócio de farmácias

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O argentino Mercado Livre, maior marketplace do país, fez sua primeira aquisição de um ativo físico desde que desembarcou no Brasil, em 1999. A filial brasileira acaba de comprar a Cuidamos Farma, uma farmácia localizada no Jabaquara, bairro da zona sul de São Paulo.

O negócio foi adquirido da Memed, uma plataforma de prescrição de receitas digitais, e sua conclusão depende do aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A notícia foi dada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pela reportagem.

“O Mercado Livre confirma a possível aquisição de uma empresa que comercializa medicamentos. No momento oportuno, irá compartilhar mais informações a respeito”, informou a companhia, em comunicado.

No alvo do Mercado Livre está um mercado que movimentou R$ 103,1 bilhões em 2024, segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias). A entidade reúne as 29 maiores redes nacionais, entre elas RD Saúde (Raia e Drogasil), Grupo DPSP (Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco) e Pague Menos. As associadas representam 47% do varejo farmacêutico nacional.

A venda de medicamentos sem prescrição pelo varejo alimentar está sendo discutida no Congresso Nacional. O projeto de lei 2.158/2023, de autoria do senador Efraim Filho (União-PB), autoriza supermercados e atacadistas a comercializarem medicamentos isentos de prescrição, como analgésicos, antitérmicos, antigripais e antiácidos. O texto prevê que o estabelecimento conte com um farmacêutico presente durante todo o horário de funcionamento.

Com a compra da Cuidamos Farma, o Mercado Livre poderá atender à exigência da legislação, além de despachar pedidos a partir de uma farmácia licenciada e não de um centro de distribuição. Por ter um ponto físico, pode inclusive vender medicamentos online com prescrição, como já fazem as grandes redes do setor.

As vendas do varejo farmacêutico têm sido alavancadas pelas “canetas emagrecedoras”, que são medicamentos injetáveis como semaglutida (comercializados sob o nome de Ozempic e Wegovy) ou tirzepatida (Mounjaro). Relatório do banco BTG, com base em dados da consultoria IQVIA, destacou que a venda desses produtos no Brasil deve atingir R$ 5 bilhões este ano.

A Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que reúne as maiores redes do varejo alimentar, enviou ao governo em novembro do ano passado uma proposta solicitando a venda de remédios sem prescrição pelos seus associados. Grandes redes varejistas, como o Assaí, estão interessadas. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o CEO do Assaí, Belmiro Gomes, disse que o grupo poderia ser competitivo na categoria, oferecendo melhores preços aos consumidores.

Já o CEO da DPSP, Marcos Colares, se mostrou contrário à ideia. “A preocupação do varejo é vender. A nossa é cuidar do cliente. Investimentos muito em treinamento, orientação e serviços com este fim. A gente prima para que o cliente se sinta seguro em consumir um medicamento e tenha informações de qualidade”, disse à Folha de S.Paulo.

AS MAIORES REDES DE FARMÁCIA DO PAÍS

**Segundo ranking da Abrafarma, em vendas em 2024**

1. RD Saúde (Raia e Drogasil) – Faturamento: R$ 41,8 bilhões

2. DPSP (Drogarias São Paulo e Pacheco) – Faturamento: R$ 16 bilhões

3. Pague Menos – Faturamento: R$ 13,6 bilhões

4. Drogarias São João – Faturamento: R$ 8 bilhões

5. Panvel – Faturamento: R$ 5,3 bilhões

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