Não compro sexo enquanto for capaz de seduzir, diz Petro ao comentar gasto em clube de striptease

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tem atraído críticas nesta semana em publicações nas quais tenta justificar uma transação a um clube de striptease em Portugal durante uma visita oficial à Europa, em 2023.

A controvérsia teve início na terça-feira (18), quando os registros financeiros do líder foram divulgados a pedido dele mesmo, em uma tentativa de se defender das acusações de narcotráfico e lavagem de dinheiro lançadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Há duas coisas que aprendi na vida: nunca dormir com uma mulher que não desperte nada no meu coração e nunca comprar sexo enquanto ainda for capaz de sedução e poesia. A sexualidade deve sempre estar aliada à cultura; isso se chama erotismo”, afirmou ele no X nesta quinta (20).

Na véspera, ao responder um deputado opositor na mesma rede social, ele já havia afirmado que ainda possui “um certo poder de sedução” para “evitar essas práticas de homens tristes”. Horas antes, havia dito que “algum dia” vai explicar os gastos. “Por ora, estou interessado em garantir que todos que examinarem minhas contas possam ver o tipo de ação arbitrária tomada contra a Colômbia.”

Petro se refere às sanções que Trump aplicou contra ele e sua família no final de outubro. Na ocasião, o republicano chamou seu homólogo da Colômbia de “líder de drogas ilegais”, sem apresentar provas.

Por décadas aliados históricos, Washington e Bogotá protagonizam hoje uma escalada de enfrentamentos diplomáticos —os EUA chegaram a retirar da Colômbia a certificação de país aliado na luta antidrogas.

Petro contesta as afirmações dos EUA, dizendo que seu governo apreendeu cocaína em níveis sem precedentes e que a expansão das plantações de coca, o ingrediente base da cocaína, diminuiu a cada ano desde 2021. “Meu governo não aumentou a cocaína, fez o contrário, meu governo apreendeu mais cocaína do que em toda a história do mundo”, afirmou ele na época.

Ao tentar se defender, no entanto, o líder criou mais um problema. Seu gastos mostram compras em lojas de luxo, como Prada e Gucci, além de um pagamento de US$ 50 em um estabelecimento identificado como “Menage Strip Club”, um bar erótico de Lisboa.

“Como é possível que tenhamos uma crise de exploração sexual na Colômbia e ao mesmo tempo um presidente frequentador de prostitutas?”, perguntou a ativista Sara Jaramillo, da Rede Abolicionista de Medellín, que defende o fim do trabalho sexual.

Esta não é a primeira polêmica do mandatário, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, entre movimentos feministas. Em setembro, por exemplo, ele afirmou em uma reunião de gabinete que “uma grande mulher” sabe usar “o seu clitóris e o seu cérebro”.

No começo do ano, em fevereiro, disse já ter visto “feminismos que matam” ao defender a chegada de Armando Benedetti, investigado por corrupção e acusado de violência doméstica, ao Ministério do Interior. “Todo homem e mulher merece uma segunda oportunidade”, afirmou.

Mais recentemente, no final de outubro, a Corte Constitucional da Colômbia ordenou que o presidente pedisse desculpas por chamar jornalistas mulheres de “bonecas da máfia” ao criticar a cobertura da imprensa.

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