Novidades no caso Master, Bezos de volta e outros destaques do mercado

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Explico o que tem de novo no caso do Banco Master: dono preso, regime de administração especial e liquidação decretada pelo BC

Também aqui: Jeff Bezos volta ao trabalho e outros destaques do mercado nesta terça-feira (18).

**MASTER LIQUIDADO**

Nas últimas horas, a novela que envolve o Banco Master teve novos capítulos. Nesta terça-feira de manhã, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, e o Banco Central decretou regime de administração especial temporária por 120 dias e liquidação do conglomerado.

A liquidação é adotada quando o BC avalia que a situação da instituição financeira é irrecuperável;

O funcionamento do banco é interrompido e ela é retirada do sistema financeiro nacional.

Caso tenha esquecido, veja aqui a cronologia dos imbróglios relacionados ao banco.

Antes dessas novas reviravoltas, ontem, a Fictor fez uma proposta para comprar o Master. Ela pretende fechar a operação em conjunto com um consórcio formado por investidores dos Emirados Árabes Unidos —cuja identidade não foi revelada— que somam mais de US$ 100 bilhões (R$ 533 bilhões) em ativos sob gestão.

PRAZER, FICTOR

A holding faz parte de um conglomerado que controla negócios nos setores de alimentos, gestão de recursos, pagamentos, energia e imóveis.

A Fictor Asset capta recursos para financiar o agronegócio por meio de fundos de direitos creditórios.

Direitos creditórios são valores que uma empresa tem a receber no futuro —como parcelas de vendas, faturas, duplicatas ou aluguéis. Em vez de esperar o pagamento cair, ela pode “vender” esses direitos para outra instituição e receber o dinheiro antes.

No ramo de alimentos, o Grupo Fictor é dono de marcas como Dr. Foods, que vende marmitas e comida para pets, da trader de grãos Vensa e do abatedouro e atacadista de frangos Fredini.

Sabe o que quer? O CEO é o investidor fluminense Rafael Góis. Ele afirma que o grupo nasceu focado em tecnologia, antes de mudar em direção à comercialização de commodities e à indústria alimentícia.

Agora, ele quer tentar a sorte no mercado financeiro —a aquisição do Master é um passo nessa direção.

PODE ISSO, ÁRBITRO?

A possível compra do banco de Vorcaro foi anunciada com as negociações ainda abertas na Bolsa. É convenção que as companhias de capital aberto divulguem informações que podem mexer com o andamento do pregão apenas quando o pregão não está ativo.

No final do dia, a Fictor Alimentos, de ticker FICT3, avançou 2,3%.

E AGORA?

Aí é que são elas. O negócio precisa de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e do BC (Banco Central) para ser concretizado.

As duas instituições vão passar um pente fino em toda a negociação antes de dar a bênção.

Neste ano, o BC negou a autorização para que o BRB (Banco de Brasília) comprasse uma fatia da financeira de Vorcaro. Isto é, essa história ainda deve render.

**DE VOLTA NO JOGO**

Depois de um período longe dos holofotes —interrompido por um casamento opulento em Veneza—, Jeff Bezos assume seu primeiro cargo operacional desde que deixou a liderança da empresa que fundou, a Amazon.

Um dos homens mais ricos do mundo está investindo dinheiro e tempo em uma startup de inteligência artificial que ele ajudará a administrar como co-CEO.

Ele atua na Blue Origin, concorrente da SpaceX de Elon Musk na exploração espacial, mas não tem título executivo.

CASA NOVA

A Project Prometheus começa com um financiamento de US$ 6,2 bilhões (R$ 33 bilhões), parte dele injetada por Bezos —o que a coloca entre uma das startups em estágio inicial com mais dinheiro do mundo.

O mercado de IA está disputado e o gordo financiamento da nova empresa a coloca como uma competidora sólida. Enquanto isso, empresas menores tentam encontrar nichos em uma corrida com gigantes como Meta, Microsoft, OpenAI e Anthropic.

PARA QUÊ?

A ideia é usar a tecnologia para auxiliar em projetos complexos de engenharia de supercomputadores, aeroespacial e automóveis. A sede ainda não foi divulgada.

A iniciativa é similar à Periodic Labs. Pesquisadores de empresas como Meta, OpenAI e Google DeepMind deixaram os postos para fundar a startup, voltada para descobrir usos da IA na física e na química.

COM QUEM?

O co-piloto de Bezos na empreitada é Vik Bajaj, um físico e químico que trabalhou com o cofundador do Google, Sergey Brin. Eles trabalharam no projeto Google X, de onde saíram as bases para o táxi-robô Waymo.

Três anos depois, Bajaj cofundou e se tornou CEO da Foresite Labs, incubadora de startups de IA e ciência de dados.

TIRANDO DE ONDE NÃO TEM.

A Amazon anunciou sua primeira emissão de títulos de dívida no mercado em três anos. Ela quer captar US$ 12 bilhões (R$ 64 bilhões) para gastar em infraestrutura para inteligência artificial.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

Na mosca. Pela primeira vez no ano, economistas preveem que a inflação termine o ano dentro da meta.

Olha o aviãozão. A Boeing e a Airbus têm um plano comum: construir aviões cada vez maiores.

Procurando o amor. O Hinge, app de relacionamentos que ficou famoso nos EUA por juntar o prefeito de Nova York com sua esposa, chegou ontem ao Brasil.

Papai Noel vem aí? Michel Klein afirmou que pretende voltar às Casas Bahia e que gostaria que o bom velhinho lhe presenteasse com a queda da taxa Selic.

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