São Paulo, 15 de abril de 2025 – O governo de Donald Trump está avançando com investigaçõessobre importações de produtos farmacêuticos e semicondutores, alegando que a dependência demedicamentos e chips estrangeiros representa uma ameaça à segurança nacional. Conforme documentospublicados no Federal Register, o processo inclui um período de 21 dias para consulta pública.Essa medida utiliza o Artigo 232 da Lei de Expansão Comercial de 1962, mesma base legal usada paraimpor tarifas sobre aço, alumínio e automóveis. A administração Trump já iniciouinvestigações semelhantes sobre cobre e madeira, enquanto isentou temporariamente smartphones ecomputadores de tarifas mais altas.
A política agressiva de tarifas de Trump elevou a média de impostos sobre importações de2,5% para cerca de 25% em meses, causando volatilidade nos mercados. Os principais índicesacionários dos EUA caíram mais de 10% desde os recordes de novembro, e economistas revisaram parabaixo as perspectivas de crescimento, alertando para possíveis aumentos no desemprego e nainflação. O governador do Fed, Christopher Waller, classificou a medida como “um dos maioreschoques à economia americana em décadas”. Enquanto isso, o setor farmacêutico argumenta que astarifas podem agravar a escassez de medicamentos, enquanto a indústria de chips teme disrupçõesna cadeia de suprimentos.
Trump afirmou que anunciará tarifas sobre semicondutores importados ainda nesta semana, mas comflexibilidade para algumas empresas. Os EUA dependem fortemente de chips produzidos em Taiwan, umcenário que o governo Biden tentou reverter com incentivos bilionários para fabricantes locais.Já as tarifas farmacêuticas podem variar entre 10% e 25%, com a indústria pressionando por umaimplementação gradual e isenções. Analistas esperam decisões até meados de maio, enquantoempresas buscam adaptar suas cadeias produtivas – um processo que pode levar anos devido àcomplexidade logística.
Líderes industriais, como Gary Shapiro da Consumer Technology Association, criticam a expansãodas tarifas, argumentando que elas oneram consumidores e distorcem o mercado. Shapiro defende umaestratégia comercial mais focada, com parcerias entre aliados para competir com a China, em vez demedidas unilaterais. O setor farmacêutico, por sua vez, planeja lobby intenso nas próximas semanaspara mitigar os efeitos das tarifas, enquanto analistas destacam a contradição em taxar insumosessenciais sob o pretexto de segurança nacional.
Com informações da Reuters.
Vanessa Zampronho / Safras News
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