[AGÊNCIA DC NEWS]. A rede rio-grandense-do-sul Panvel vem fortalecendo presença no mercado farmacêutico brasileiro com uma estratégia de expansão e investimento em marcas próprias. No último ano foram 200 lançamentos de itens exclusivos, o que resultou em uma fatia total nas vendas na ordem dos 7,8%. Durante a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, o presidente Julio Mottin Neto afirmou que é preciso que as marcas próprias não sejam apenas versões genéricas de produtos já conhecidos. “O produto Panvel é central na nossa estratégia e vai continuar sendo cada vez mais, com nosso objetivo de chegar aos 10% [de representação de marcas próprias no faturamento]”, disse.
Entre janeiro e março desde ano, sobre um ano antes, o grupo atingiu receita bruta do varejo na ordem de R$ 1,35 bilhão, alta de 15,9% ante ao mesmo período de 2024. O resultado, segundo Mottin Neto, pode ser atribuido ao bom desempenho dos itens de privite label. Atualmente a empresa soma 1 mil SKUs de produtos exclusivos, sendo 47 deles lançados no primeiro trimestre de 2025. Quando analisado a fatia das vendas dos Produtos Panvel dentro do segmento de higiene e beleza, a participação fica em 17,9%, alta de 0,7 ponto percentual na comparação interanual.
O incremento de receitas com produtos exclusivos no ramo de farmácias vem se firmando nos últimos anos. Em entrevista à agência de notícias DC NEWS em fevereiro, Neide Montesano, presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), estimou crescimento de 16% no faturamento no ramo de drogarias este ano, alta que acompanha o ritmo de 2024. “Uma marca própria hoje é garantia de lucro”, disse. Segundo Montesano, vendas relacionadas a marcas próprias dos varejistas em geral podem representar cerca de 20% do lucro final mensal. Na análise da Abmapro, um dos destaques nesse universo é o grupo RD Saúde, dono da Raia Drogasil, e que tem em seu portfólio cinco linhas próprias. No último relatório trimestral do grupo RD Saúde, a rede marcou 16,6% de market share.
DIGITAL – Para dar visibilidade aos chamados Produtos Panvel a rede desenvolveu uma estratégia forte para as redes sociais. E os números são expressivos. No último ano, a rede sulista ultrapassou 29 milhões de visualizações apenas no TikTok. Segundo Tiago Souto, gerente-executivo de e-commerce e digital da varejista, o plano é manter alto o engajamento em 2025 de olho na alta conversão de vendas online. “Acreditamos que o ambiente digital é uma alavanca essencial para o crescimento da companhia”, afirmou em entrevista à agência DC NEWS.
No primeiro trimestre a Panvel converteu 22,2% das vendas via canais digitais, incremento de 3,2 p.p no share da empresa na comparação interanual. Segundo Souto, isso se dá pela maior atenção à experiência do cliente no ambiente digital da marca – um dos principais avanços foi a implementação do uso de IA para escanear receitas médicas, identificar os medicamentos indicados e adicioná-los automaticamente ao carrinho, assim como a busca por sintomas e alertas de preço.
O Click & Retire, função que permite ao usuário comprar pelo site ou aplicativo e resgatar o produto em uma unidade Panvel, representou 50% das entregas realizadas em 2024. “Em 2024, 58,7% das nossas entregas foram realizadas em até 60 minutos, sendo 3,5% delas concluídas em até 30 minutos”, afirmou Souto. O executivo afirma ainda uma atenção especial ao incremento do uso de IA na operação, além de ampliar as estruturas Panvel Clinic, hub de saúde com oferta de vacinas, testes e exames laboratoriais.
EXPANSÃO – Após inaugurar 55 novas lojas em 2024, totalizando 631 unidades, a empresa prevê a abertura de outras 60 até o fim de 2025, com os olhos voltados para o estado de São Paulo, considerado uma “vitrine estratégica” por Souto. O investimento médio por unidade gira em torno de R$ 1 milhão, com custos maiores nas capitais paulistas devido à valorização imobiliária e obras mais complexas. A estratégia de expansão continua focada no adensamento na região sul e em São Paulo. Segundo Souto, o valor para abrir uma unidade é influenciado por fatores como o custo elevado das obras e a localização estratégica, que demanda investimentos adicionais.
