[AGÊNCIA DC NEWS]. No relatório da Associação Paulista de Supermercados (Apas) referente ao ano de 2024, recém-divulgado pela entidade, um cenário fica claro: a consolidação do segmento como motor de inclusão e equidade para o mercado de trabalho. Num prazo de cinco anos, apenas no estado de São Paulo, foram geradas 100 mil vagas líquidas. Isso significa crescimento de 17% entre 2019 (pré-pandemia) – quando o setor gerava 589,4 mil empregos – e o ano passado – quando empregou 689,7 mil pessoas. Entre 2024 e 2023, foram criadas 20,2 mil vagas, sendo que três a cada quatro delas para mulheres. Com isso, o perfil de gênero nos supermercados tem agora 52% de mulheres e 48% de homens, exatamente o perfil da população paulista (51,8% de mulheres e 48,2% de homens).
Não apenas em gênero os números começam a espelhar o perfil da população paulista. No recorte de raça o comportamento também começa a se aproximar do mapa da sociedade, o que contribui para uma distribuição menos desigual no perfil do empregado. No setor, os brancos ocupam 47% das vagas (no estado, são 58% da população), os pardos vêm a seguir com 37% (são 33% no estado), os pretos somam 9% (são 8% no estado) e os amarelos, 1% (são 1% também no estado). Indígenas representam menos de 1% no setor e no estado. No perfil da Apas 6% das pessoas não se identificam.
Em termos etários, a distribuição de empregos está assim: 15 a 24 anos (29,7% dos postos de trabalho), 25-29 anos (14,8%), 30-39 anos (23,9%), 40-49 anos (19,1%), 50-64 anos (11,7%) e mais de 65 anos (0,7%). No caso da população de São Paulo, os porcentuais são diferentes: 15 a 24 anos (13,7%, 16 pontos porcentuais a menos em relação às vagas nos supermercados), 25-29 anos (7,4%, 7 pontos a menos do que a média de empregos), 30-39 anos (15,9%, 8 pontos a menos em relação ao setor), 40-49 anos (15,3%, 4 pontos a menos), 50-64 anos (12,6%, praticamente a mesma em relação aos empregos do setor) e mais de 65 anos (12,0%).
Há duas boas notícias nesses recortes. O primeiro é que o setor, ao carregar vagas nos perfis mais jovens, funciona como porta de entrada ao primeiro emprego. O segundo, é que apesar de contratar menos pessoas mais velhas em relação à média da população – o que nem é exclusividade de supermercados –, o segmento remunera mais nas faixas mais elevadas. Entre os 65+, o salário médio é de R$ 2.506, ou 34% acima da faixa 18-24 anos (R$ 1.867). Também vale destacar a inclusão de PCDs. Entre 2019 e 2024, o total de trabalhadores nessa faixa cresceu de 12,8 mil para 16,1 mil, alta de 26%, 9 pontos acima do crescimento do total de vagas (17%). Eles representavam 2,3% dos empregos do setor em 2024.
FORÇA – Os dados além de emprego mostram que o setor respondeu por faturamento de R$ 328 bilhões, crescimento real de 3% sobre 2023. A participação paulista equivale a 30,7% de todo o segmento no país e responde por 9,3% do PIB estadual e 2,8% do PIB nacional. A Apas também apurou o impacto tributário do setor para o estado: apenas em ICMS, a contribuição em 2024 foi de R$ 11,6 bilhões, ou 5,1% do todo arrecado pelo estado. Em 2023, o valor havia sido de R$ 9,8 bilhões, o equivalente a 4,5%.
Ao todo, são 27 mil estabelecimentos (exatos 26.965). Em 2024, foram abertas 4.023 lojas e fechadas 1.355, deixando saldo líquido de 2.668 novas unidades, crescimento anual de 11%. Mas o perfil tem mudado. Das cinco categorias, quatro cresceram e uma teve queda no saldo líquido de um idades: super e hipermercados, que recuaram 10,1%. As demais cresceram – atacadista-atacarejo (8,1%), pequeno mercado (11,1%), hortifrúti (23,6%) e o grande destaque, as lojas de condomínio (53,5%).
APAS SHOW – Entre 12 e 15 de maio, o setor realiza o Apas Show 2025, no Expo Center Norte, em São Paulo. Em pesquisa realizada no evento do ano passado, sete a cada dez consumidores disseram frequentar mais de uma loja. Isso ajuda a explicar a multiplicação de formatos e o crescimento de atacarejos, segmentados (hortifrútis) e menores (lojas de condomínio). “A expansão de diferentes formatos, atacarejo e vizinhança, aumentou a possibilidades de escolha para o shopper”, afirmou a entidade. “Essa característica é ainda maior junto ao público da classe A (83%).” No ano passado, foram 73 mil visitantes e 850 expositores, sendo 200 internacionais. Os negócios fechados anualizados, segundo a entidade, somaram R$ 15,3 bilhões.