[AGÊNCIA DC NEWS]. O país concentrava 1,5 milhão de empresas comerciais no Brasil em 2023, distribuídas em 1,7 milhão de unidades, com 10,5 milhões de pessoas empregadas e receita líquida de R$ 7,1 trilhões (+6,8%), segundo a Pesquisa Anual de Comércio (PAC), do IBGE. Foi o terceiro ano seguido de crescimento da ocupação, com alta de 2,6% (+267,8 mil pessoas) ante 2022. O emprego cai 0,8% (-88 mil) na comparação com 2014 e sobe 3,5% (+360,3 mil) em relação a 2019, no período pré-pandemia. Ainda de acordo com a pesquisa, o número de empresas que usou a internet para comercializar seus produtos aumentou 97,6% de 2019 para 2023 – de 1,9 mil para 3,7 mil. A participação foi de 4,7% para 8,6% do total. Os dados foram divulgados na quinta-feira (7). Os de 2024, ainda serão apresentados.
Da receita total, o comércio por atacado respondeu por quase metade (49,7%). O varejista foi responsável por 41,2% e o segmento de veículos&peças, por 9,1%. “De 2014 a 2023, o varejo apresentou a maior redução de representatividade, com perda de 3,4 pontos percentuais”, disse o IBGE. Por outro lado, “o resultado positivo do setor [como um todo] encerrou sequência de cinco anos seguidos com perda de participação.” Ainda nesse período de dez anos, o atacado avançou 5,9 pontos e setor de veículos&peças perdeu 2,6. Três dos 22 segmentos pesquisados concentraram quase dois terços da receita líquida em 2023: comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (11,8%), hipermercados e supermercados (11,6%), e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,5%). A maior alta no intervalo 2014-2023 foi do atacado de matérias-primas agrícolas e animais vivos (3,2 pontos). O comércio de veículos automotores perdeu 2,2 pontos.
O setor varejista respondeu pela maior proporção de empregos do comércio, com 7,7 milhões de trabalhadores, equivalente a 72,7% do total. Entre as atividades do varejo com alta na ocupação entre 2014 e 2023, destaque para hiper e supermercados, que teve a maior proporção de pessoas ocupadas (15,1%), e aumentou a quantidade de trabalhadores em 30,6% (mais 372,3 mil pessoas), totalizando 1,6 milhão. “Hiper e supermercados demandam grande força de trabalho para atender às diversas necessidades de operação”, disse o gerente de análise estrutural do IBGE, Marcelo Miranda. Outro destaque é o segmento que inclui produtos farmacêuticos, médicos, ópticos e de perfumaria. A alta de 21,3% corresponde a mais 162,2 mil pessoas ocupadas nos últimos dez anos, em um total de 922 mil.
Segundo a PAC 2023, o comércio varejista predomina em 14 unidades da federação e o por atacado em 13 – incluindo as três da região Sul. O estado de São Paulo continua liderando, com 29,2% da receita bruta total do país, mas perdeu 2,2 pontos percentuais de 2014 a 2013. Em segundo, fica Minas Gerais, com 10%. Com 6,2% de participação, o Rio de Janeiro caiu da terceira para a sexta posição. Da terceira à quinta, ficam, nesta ordem, Paraná (8,1%), Rio Grande do Sul (6,5%) e Santa Catarina (6,4%). O estado que mais ganhou participação foi Mato Grosso, de 2,9% para 4,3%.
Macrossetores do Comércio
Receita operacional líquida
Comércio varejista: R$ 2,9 trilhões
Comércio atacadista: R$ 3,5 trilhões
Veículos e peças: R$ 0,646 trilhão
Pessoas ocupadas
Comércio varejista: 7,7 milhões
Comércio atacadista: 2,0 milhões
Veículos e peças: 0,9 milhão
Salários e outras remunerações
Comércio varejista: R$ 222,1 bilhões
Comércio atacadista: R$ 97,5 bilhões
Veículos e peças: R$ 33,1 bilhões
Maiores setores por receita líquida
Hiper e supermercados: R$ 822,4 bilhões
Combustíveis e lubrificantes: R$ 530,5 bilhões
Produtos farmacêuticos, médicos e perfumaria: R$ 310,4 bilhões
Material de construção: R$ 227,2 bilhões
Tecidos, armarinhos, vestuário e calçados: R$ 194,0 bilhões
Total: R$ 2,9 trilhões
Principais empregadores
Hiper e supermercados: 1,6 milhão
Tecidos, armarinhos, vestuário e calçados: 1 milhão
Produtos farmacêuticos, médicos e perfumaria: 922 mil
Material de construção: 916,2 mil
Produtos alimentícios, bebidas e fumo: 689 mil
Total: 7,7 milhões