SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Petrobras obteve a operação do Terminal RDJ07 no Rio de Janeiro. A estrutura servirá como apoio offshore para movimentação de cargas, exploração, produção de petróleo e gás natural. O leilão aconteceu na manhã desta quarta-feira (23), na B3, em São Paulo.
A estatal ofereceu R$ 104 milhões como valor da outorga a ser pago ao governo federal, diferença de R$ 103 milhões para o outro consórcio a apresentar proposta, o Sul Real GMBL, que fez lance de R$ 1 milhão.
Pelos dados do edital, a Petrobras terá de investir R$ 99,4 milhões pela duração do contrato de 25 anos.
“A Petrobras está fazendo o maior investimento dos últimos 20 anos. Serão 60 leilões [em todo o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e investimento de mais de R$ 40 bilhões. No final do ano, esperamos fazer o leilão do Tecon 10 [no porto de Santos] e a concessão do porto de São Sebastião [no litoral de São Paulo]. Queremos dar previsibilidade ao setor produtivo que deseja investir no país”, disse o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos).
Ele afirma que, até o momento, foram realizadas “por volta de 35 concessões” e as demais devem ocorrer até o final de 2026.
O leilão do Terminal RDJ07 faz parte de um movimento de reorganização logística portuária no Rio de Janeiro. Na teoria, ele servirá como apoio para embarcações de suprimento e serviços de manutenção. Também vai enfrentar a competição de outras estruturas na mesma região e no Espírito Santo.
Como também faz a exploração e controla os preços dos combustíveis, por meio de política implantada em 2023, a Petrobras, ao vencer o leilão, anula um dos riscos apontados por especialistas do setor para o terminal: a volatilidade do mercado de petróleo. Isso poderia levar também a uma queda de movimentação e de receita.
Há dois anos, a Petrobras abandonou a PPI (Paridade de Preços de Importação), “abrasileirando” os preços dos combustíveis em relação ao mercado internacional.
O custo do financiamento também é considerado um ponto que pode ser problemático, já que a grande parte de equipamentos usados para serviços offshore é dolarizada.
“O investimento da Petrobras mostra o quão estratégico é este ativo. Vai garantir uma operação mais eficiente e promover investimento e emprego na região”, disse Frederico Carvalho Dias, diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
TERMINAL DE PASSAGEIROS
Único interessado, o Consórcio Britto – Macelog II arrematou o TMP Maceió, o terminal de passageiros no porto da capital alagoana.
Composto pelas empresas Irmãos Britto Representações e Comércio e Macelog Maceió Logística e Serviços Portuários, o consórcio fez uma oferta de outorga de R$ 50 mil.
O valor de investimento será de R$ 3,75 milhões no decorrer do contrato de 25 anos com o foco no turismo. A cessão do espaço servirá, segundo o Ministério dos Portos e Aeroportos, para a melhoria da estrutura para recepção de passageiros e cruzeiros marítimos em Maceió.
