Plano quinquenal é sólido a longo prazo, mas pouco flexível no curto prazo-Itaú BBA

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São Paulo, 28 de novembro de 2025 – O Itaú BBA avalia que o plano estratégico 2026-30 daPetrobras apresenta fundamentos sólidos a longo prazo, mas flexibilidade limitada a curto prazo. Obanco destaca que o alívio esperado nos desembolsos de caixa deve vir de uma perspectiva dearrendamento mais baixa. De acordo com o novo plano, os desembolsos de caixa relacionados aarrendamentos devem diminuir em aproximadamente US$ 10 bilhões ao longo do período de cinco anos,devido a um menor número de novos arrendamentos e à otimização da alocação de plataformas eembarcações.

“O horizonte parece promissor, mas a proteção pode ser insuficiente caso a tempestade chegue. Aomanter o foco na implementação de projetos de E&P e sinalizar uma redução nas despesas dearrendamento nos próximos anos, o novo plano é positivo para a criação de valor a longo prazo.No entanto, também deixa a empresa um tanto exposta a pressões de curto prazo em cenários depreços do petróleo mais adversos, onde a flexibilidade permanece limitada”, comentou o banco.

Para o Itaú BBA, embora o aumento da produção e os cortes de despesas de capital a longo prazotornem a perspectiva atraente (com rendimentos de FCFE superiores a 20% em 2029-2030 com preços dopetróleo acima de US$ 60/barril), a ausência de otimização de despesas de capital a curto prazopode resultar em rendimentos de dividendos de um dígito e um aumento da diferença entre o FCFE eos pagamentos em cenários de preços do petróleo adversos (US$ 60/barril ou menos). Nessecenário, a empresa poderia se aproximar do teto de dívida bruta de US$ 75 bilhões considerado emsua política de dividendos.

“As tão aguardadas medidas de otimização de despesas de capital provaram ser significativasapenas no longo prazo. A redução geral do capex no Portfólio de Implementação para o períodode cinco anos (cerca de US$ 7 bilhões) ficou em grande parte em linha com as expectativas. Noentanto, essa redução só se torna significativa em 2029 e 2030, sem cortes substanciaisobservados antes de 2028. Isso pode ser considerado decepcionante pelos investidores, visto queesperavam uma redução de pelo menos US$ 1 bilhão no capex em 2026”, comenta o Itaú BBA.

Outra linha sublinhada pelo banco é que a projeção de produção foi revisada para cima, de formaconservadora. Para o Itaú BBA, a produção potencial pode ser ainda maior se a antecipação daimplantação das unidades planejadas para 2027 se concretizar. “A Petrobras aumentou sua projeçãode produção em 100 a 200 mil barris por dia para os próximos anos. No entanto, essa projeçãoparece conservadora, considerando o desempenho recente da empresa e o ritmo atual de execução dosinvestimentos. Acreditamos que os investidores já projetam uma produção de curto prazo próxima a2,6 milhões de barris por dia (em comparação com a previsão oficial de 2,5 milhões de barrispor dia)”, estima.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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