SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Isolada no coração de uma floresta tropical na província de Papua, no sudeste da Indonésia, vive a comunidade Korowai. O clã é conhecido por habitar casas construídas no topo das árvores, a cerca de 30 metros do chão.
COMO VIVE O POVO KOROWAI
Os Korowai ficaram conhecidos apenas nos anos 70 e ganharam fama por suas casas suspensas, erguidas no alto das árvores. A base é formada por galhos firmes apoiados em troncos vivos e reforçados por postes de madeira.
O piso é construído com galhos e folhas de palmeira-sagu, cobertos com palha. Já as paredes e o teto também são feitos com folhas da floresta. Toda a estrutura é amarrada com rattan, uma fibra natural extremamente resistente.
A estimativa é que até 12 pessoas podem viver em uma mesma casa. O acesso é feito por escadas de troncos entalhados, que balançam a cada passo, um jeito eficaz de perceber se há visitantes indesejados.
POR QUE AS CASAS SÃO CONSTRUÍDAS NO ALTO?
As casas são erguidas no alto por diversos motivos. O principal é espiritual: acredita-se que, acima do solo, estão protegidos dos espíritos ruins.
Além disso, as casas no alto ficam a salvo de enchentes. As construções também protegem os nativos de ataques de animais, desde insetos até cobras e grandes felinos.
Há também um fator de prestígio: quanto mais alta a casa, maior o status e a habilidade do construtor.
Os Korowai são autossuficientes. Segundo dados da organização local Pace, eles vivem da caça, pesca e coleta. Sua dieta é composta por peixes, palmeira-sagu, bananas e javalis da mata.
A comunidade mantém rituais e festas tradicionais. As mulheres costumam se casar na adolescência com homens do próprio grupo. O provedor da família pode ter uma ou mais esposas, e cada família pode ter até 15 membros.
A espiritualidade é um ponto central na cultura Korowai. Eles acreditam em reencarnação e que o universo está repleto de seres espirituais perigosos.
O conhecimento sobre o mundo exterior ainda é limitado, mas especialistas acreditam que isso deve mudar nas próximas gerações. Alguns jovens têm migrado para vilarejos e comunidades próximas às áreas urbanas, em busca de melhores condições de vida.