[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
De janeiro a agosto, a receita com turismo estrangeiro no Brasil somou US$ 5,4 bilhões, crescimento de 11,7% em relação a igual período de 2024. Os dados, do Banco Central, foram divulgados pela Embratur. No mesmo período, o país recebeu 6,5 milhões de visitantes internacionais, com alta de 46,6%. Isso indica que 2025 irá representar recorde, porque o número parcial já se aproxima do total do ano passado – 6,8 milhões. Segundo a Embratur, o resultado de agosto (576 mil, +37,8%) foi o melhor da história. O recorde era de 2016 (537 mil), durante a disputa dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
“O turismo internacional é um dos grandes motores da nossa economia”, afirmou o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, que destacou a movimentação da cadeia produtiva. “Com crescimento de micro e pequenos empresários, que formam a grande maioria dos empreendimentos do setor.” Segundo o Observatório Nacional de Turismo, há 2,3 milhões de postos de trabalho formais no setor, sendo 1,5 milhão na área de alimentação.
Dos 6,8 milhões de visitantes estrangeiros do ano passado (+14,6% sobre 2023), a maior parcela – 1,8 milhão – veio da Argentina. Os vizinhos de continente representam 26,7% do total. Na sequência, aparecem Estados Unidos (712,9 mil), Chile (650,6 mil) Paraguai (461,2 mil) e Uruguai (378,7 mil). Do sexto ao décimo lugar, vêm os europeus: França (224,6 mil), Portugal (217,4 mil), Alemanha (176,5 mil), Itália (151 mil) e Reino Unido (149,6 mil).
No turismo interno, foram registradas 20,6 milhões de viagens em 2024, sem variação em relação anterior. De um total de quase 78 milhões de domicílios no país, em 15 milhões (19,3%) pelo menos um morador viajou. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, no módulo Turismo, do IBGE. Quase 40% da viagens por motivo pessoal (7 milhões) eram por lazer. Em seguida, o motivo citado era visita ou evento de familiares e amigos (5,7 milhões). Os gastos em viagens nacionais que incluíram pernoite somaram R$ 22,8 bilhões, alta de 11,7% ante 2023.
“Tivemos o mesmo número de viagens e um gasto maior”, disse o analista do IBGE William Kratochwill. “O que significa que viajar está mais caro ou, então, as pessoas estão fazendo viagens mais caras.” Ao mesmo tempo, em 24,6 milhões de domicílios onde ninguém viajou o motivo apontado foi falta de dinheiro. O analista observa que o aumento da renda registrado em 2024 não se refletiu na distribuição das viagens. “Ou seja, apesar da diminuição das desigualdades, as viagens continuam concentradas no estrato da população com maior renda”, afirmou.