São Paulo, 23 de julho de 2025 – A Vale divulgou ontem seu relatório de produção e vendasreferente ao segundo trimestre de 2025, com a produção de minério de ferro subindo 3,7% nacomparação com o mesmo período do ano anterior, para 83,6 milhões de toneladas (Mt),principalmente devido ao forte desempenho da planta de Brucutu, com o comissionamento da quartalinha de processamento, e a um novo recorde de produção para um segundo trimestre no S11D.
Às 11h, a ação da companhia subia 0,20%, para R$ 57,58.
“O segundo trimestre da Vale foi marcado por um sólido desempenho em todos os segmentos denegócio. No Minério de Ferro, a combinação de novos ativos em ramp-up e a maior confiabilidadeoperacional está suportando a maior aderência ao plano de produção de 2025. Melhoriasoperacionais consistentes tanto no Níquel quanto no Cobre levaram a recordes de produção no 2Tdesde 2021 e 2019, respectivamente, reforçando a tendência de alta. Em junho, o projeto Bacabaatingiu um marco importante com a obtenção da Licença Prévia”, apontou a minerado em seurelatório.
Para a XP Investimentos, a mineradora reportou um desempenho operacional neutro, com preçosrealizados de minério de ferro ligeiramente melhores, compensados por vendas mais fracas definos/pelotas de minério de ferro (EBITDA ajustado atualizado no 2T25E de US$ 3,3 bilhões. Acorretora destacou o crescimento da produção nas operações de cobre (+18% A/A), impulsionadopela maior produção em Salobo (+4,5kt A/A) e Sossego (+5,2kt A/A), e reiterou sua recomendaçãoNeutra na Vale, mas que continua a ver “uma assimetria positiva em relação aos preços do minériode ferro”. Segundo a XP, embora a Vale deva naturalmente se beneficiar de um cenário com prêmiosmais altos, a diversificação de seu portfólio ajuda a mineradora a otimizar as vendas sempre queas condições comerciais estiverem abaixo do ideal (prêmios de finos de minério de ferromelhorando US$ 0,2/t T/T).
A Genial Investimentos destacou o atual cenário de demanda para o minério de ferro, afirmando quea recente aceleração no preço das ações da companhia (+6% em apenas 2 dias) foi impulsionadapela notícia da construção da maior barragem hidrelétrica do mundo no leste do planalto tibetano(região autônoma da China), divulgada oficialmente no sábado (19/Jul). “Embora o projeto sejamonumental, com um CAPEX esperado em US$ 170 bilhões, vemos o alívio no sentimento bearish dosinvestidores como algo que deve ser interpretado com cautela. Acreditamos que o impacto real sobre ademanda de aço, e por consequência, por minério de ferro, é bastante limitado no curto e médioprazo”, explicou.
Segundo nossas estimativas, o consumo adicional de aço associado à construção da nova usina deveficar entre 1,4-1,9Mt (3x mais que o consumo de aço da usina de três gargantas) e deve serdistribuído ao longo de 10 anos de execução da fase de construção da barragem, o que equivale aalgo entre 140-190Ktpa de demanda, ou seja, menos de 0,5% da produção anual de aço bruto daChina. Ou seja, apesar do simbolismo da obra e do impulso pontual nos preços do minério de ferro,que teve uma elevação de +3% em 2 dias no contrato mais negociado para setembro na Bolsa deCommodities de Dalian (DCE), o efeito sobre os fundamentos nos parece marginal.
Sobre o desempenho do segundo trimestre, a Genial disse que os números operacionais vieram, em suamaioria, levemente acima de suas estimativas, mas ainda assim, não sendo suficiente para alterar atrajetória de uma narrativa fraca para o trimestre. O resultado financeiro da mineradora serádivulgado no dia 31 de julho, também após o fechamento do mercado. A corretora mantémrecomendação de compra, com preço-alvo de R$ 64,50/ação.
O Goldman Sachs afirmou que, no geral, a realidade (não apenas para a Vale) é que os teores demineração estão diminuindo e o mercado não está recompensando o prêmio de qualidade, portanto,faz sentido economizar moléculas de Fe para estender a produção e/ou preservar a qualidade paraquando o mercado pagar por isso. O banco de investimentos reduziu ligeiramente a estimativa deEbitda da Vale para o 2T25 em 2%, para US$ 3,1 bilhões, com base no relatório de produção/vendasdo 2T25, mas manteve suas projeções para o ano fiscal de 2025/26/27 inalteradas. O Sachs recomendaa compra da ação, com preço-alvo de US$ 15,5.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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