Renda por hora de trabalho dos brancos é 64% maior que a dos pretos e pardos

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ganho por hora de trabalho dos brancos foi 64% maior do que o de pretos ou pardos no Brasil em 2024, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (3).

Brancos receberam R$ 24,60 por hora de trabalho, em média, enquanto a renda de pretos ou pardos foi de R$ 15, uma diferença de R$ 9,60.

Os rendimentos-hora indicados em 2024 representam uma leve queda para brancos e aumento para pretos ou pardos. Em 2023, brancos recebiam R$ 23,80 por hora, em média, e pretos ou pardos, R$ 14,30.

Em 2012, a diferença era um pouco menor, de R$ 9,10. Brancos recebiam em torno de R$ 22, e pretos ou pardos, R$ 12,90.

Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais e incluem pessoas de 14 anos ou mais de idade. Os números indicam que a diferença de ganhos entre brancos e pretos ou pardos independe do nível de instrução.

Quando são comparados brancos e pretos ou pardos com ensino superior completo, a diferença é de cerca de 44,6%. Brancos ganharam R$ 43,20 por hora de trabalho, e pretos ou pardos receberam R$ 29,90.

“O nível superior completo é uma informação, mas não dá toda a dimensão da explicação para essa diferença. O que justificaria seria a inserção nas ocupações no mercado de trabalho, que é diferenciada para a população branca e preta ou parda. Notadamente, médicos recebem mais do que enfermeiros”, afirmou João Hallak Neto, analista do IBGE.

A diferença é menor no recorte do ensino fundamental completo ou ensino médio incompleto. Brancos com esse nível de instrução receberam R$ 13,80 por hora de trabalho, e pretos ou pardos, R$ 11,50. Brancos sem instrução ou com fundamental incompleto ganharam R$ 13,20 por hora, e pretos ou pardos, R$ 10,20.

A pesquisa não detalhou resultados para amarelos, indígenas e pessoas sem declaração de cor ou raça.

O IBGE mostrou a diferença salarial na comparação entre pessoas que ocupavam os mesmos grupos de ocupação em 2024. O recorte apontou que pessoas de cor ou raça branca tiveram rendimento superior às pessoas pretas ou pardas em todos cargos pesquisados.

Brancos que ocupavam funções de diretores e gerentes em 2024 receberam R$ 9.831 mensais, em média, enquanto pretos ou pardos que estavam nos mesmos postos ganharam R$ 6.446. Essa foi a categoria que apresentou a maior média salarial e também a maior diferença absoluta. A diferença foi de R$ 3.385 por mês a mais para os brancos.

Em termos proporcionais, a menor disparidade se deu na categoria de militares, que inclui membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros. Brancos receberam R$ 7.265 por mês, em média, e pretos ou pardos, 87,1% desse rendimento (R$ 6.331).

Os menores salários médios foram verificados na categoria de ocupações elementares, que inclui profissionais como garis, entregadores e trabalhadores domésticos. Neste recorte, brancos ganharam R$ 1.640 por mês, em média, e pretos ou pardos, R$ 1.378.

Considerando a média geral do rendimento real do trabalho, brancos receberam no Brasil R$ 4.119 por mês, e pretos ou pardos, R$ 2.484.

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