Roupas, calçados, celulares e perfumes lideram intenção de compras na Black Friday, mostra pesquisa da ACSP

Uma image de notas de 20 reais
Segundo pesquisa, 37,5% pretendem comprar e 30,8% ainda estão indecisos
(Evandro Leal/Folhapress)
  • Levantamento mostra preferência pelo pagamento à vista: reflexo do custo do crédito em um cenário de endividamento das famílias
  • Segundo 25% dos entrevistados, objetivo é antecipar as compras de Natal. Para entidade, não haverá "canibalização" significativa
Por Vitor Nuzzi

[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostra que 37,5% dos entrevistados pretendem fazer compras relativas à Black Friday deste ano, pouco acima do registrado em 2024 (37,3%). Outros 31,6% disseram que não têm intenção de comprar (eram 32,8% no ano passado), enquanto 30,8% estão indecisos (30%). O levantamento foi feito pela plataforma PiniOn, a pedido da ACSP, com 1.675 pessoas em todo o país. O economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV-ACSP), vê perspectivas positivas para o consumo em relação ao ano anterior, com crescimento do nível de emprego e da renda. Ele cita ainda programas oficiais de transferência de renda, que aumentam o poder de compra das famílias. “Esse conjunto de fatores cria um ambiente favorável para o varejo”, afirmou. O número de indecisos mostra um cenário para que o comércio amplie seu movimento “e consolide a Black Friday como uma das datas mais relevantes do calendário de vendas no Brasil”.

Entre as várias opções de produtos, as preferências do consumidor se mantêm. Roupas, calçados e acessórios lideram a lista de intenção de compras, com 36,7%. Em seguida, aparecem aparelhos celulares (25,5%), perfumes (23,1%), móveis e artigos para o lar (19,5%) e computadores, notebooks e tablets (14,4%). Aparelhos da linha branca e de televisão, viagens, livros, panelas e brinquedos são outros itens de destaque (confira abaixo). “Chama a atenção que, de modo geral, à semelhança dos resultados observados nos últimos três anos, há uma preferência muito maior pelo pagamento à vista”, disse a ACSP. Para a entidade, o dado reflete o “alto custo do crédito em um contexto de elevado endividamento das famílias”. As opções incluem Pix e parcelamento

Quatro em cada dez entrevistados (25,1%) afirmaram que a intenção de comprar durante a Black Friday visa a antecipar as compras de Natal. Enquanto 46,3% disseram que pretendem aproveitar as promoções do período, 48,3% responderam que têm interesse de adquirir apenas produtos de que realmente necessitam. “Esses resultados indicam que, assim como nos últimos quatro anos, não deve haver ‘canibalização’ significativa das compras natalinas”, disse ainda a ACSP. “O que gera perspectiva de crescimento das vendas do varejo, tanto em novembro quanto em dezembro.”

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A pesquisa mostrou ainda que 45,7% dos que pretendem fazer compras na Black Friday preveem gastar mais do que no ano passado – 20% esperam gastar menos. A maioria (56,7%) deve gastar de R$ 50 a R$ 900. Além disso, 47,6% planejam utilizar a primeira parcela do 13º salário. Mais da metade (58%) fará suas compras em grandes redes, praticamente na mesma proporção dos que pretendem recorrer à modalidade online (57,8%). Um comportamento “que se mantém consolidado nos últimos anos”.

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