Setores imobiliário e financeiro têm maiores altas no Ibovespa no ano. Consumo cresce menos e agro cai

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B3: crescimento no primeiro trimestre, turbulência em abril
(Cris Faga/Dragonfly Press/Folhapress)
  • Índice de construtoras e incorporadoras sobe 17,57% de janeiro a março, mais que o dobro do Ibovespa (8,29%)
  • Entre as dez empresas com ações mais valorizadas, os destaques são Cogna, Magazine Luiza e CVC
Por Vitor Nuzzi Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. Cinco setores cresceram no primeiro trimestre na B3, quatro deles acima do Ibovespa, e três registraram queda, segundo levantamento divulgado pelo site Bora Investir, com elaboração da Elos Ayta Consultoria. O principal destaque foi o índice do setor imobiliário (Imob), com alta de 17,57% de janeiro a março, mais que o dobro do próprio Ibovespa (8,29%). O Imob é composto por papéis de 18 empresas, mas só uma (Cyrela) está entre as dez maiores altas do período. Também acima do índice geral ficaram o IFNC (setor financeiro, com 17,13% de retorno), o Util (Utilidade Pública, 12,51%)e o Ieex (Energia Elétrica, 10,10%). O Icon (Consumo, com 69 empresas) teve valorização de 8,07%, pouco abaixo do Ibovespa. As quedas foram do INDC (Industrial, -0,97%), AGFS (Agronegócio, -3,20%) e Imat (Materiais Básicos, -3,91%).

De acordo com Monica Araújo, estrategista de renda variável da InvestSmart SP, o desempenho do setor de incorporação no final de 2024 contribuiu para o otimismo dos investidores nas empresas imobiliárias. “Não somente no segmento Minha Casa, Minha Vida, mas também no segmento de média e alta renda, as empresas do setor apresentaram forte aumento de lançamento e vendas, o que se refletiu em resultados robustos no quarto trimestre”, afirmou ao site. Já as áreas financeira e de Utilidade Pública, acrescentou, têm ações que costumam apresentar menos oscilações. “Essa resiliência se reflete também na performance de suas ações. Lembrando que temos grandes grupos, que são reconhecidos internacionalmente, nesses dois setores. Representatividade e liquidez elevada são características importantes na escolha de ativos pelos investidores estrangeiros.”

No caso de materiais básicos, ela relaciona o desempenho negativo no trimestre com preços de commodities no cenário internacional. “Em especial o preço do minério, que teve forte oscilação nos últimos meses”, afirmou a analista. “Além desse aspecto, ampliando a visão para uma questão mais macro, o desempenho da economia e agora os desdobramentos da guerra comercial como consequência das tarifas de Trump levam a um certo receio dos investidores.” Da mesma forma, com o agro a queda está ligada a preços mais fracos de commodities, a variações climáticas, que afetam as safras, e também a questões geopolíticas.

Escolhas do Editor

Entre as empresas, o primeiro lugar entre as dez com maior valorização das ações foi da Cogna (COGN3): 91,74% de janeiro a março. Para a estrategista da InvestSmart XP, durante o ano passado a Cogna teve melhorias operacionais e de rentabilidade, cumprindo compromisso feito em meio a um processo de reestruturação. O segundo posto foi da Magazine Luiza (MGLU3), com alta de 56,15%, enquanto o terceiro ficou com a CVC (CVCB3, 53,62%). “Há a disponibilidade de renda dos consumidores e a disposição a consumo se mantém ativa, em conjunto com uma recuperação de margens operacionais das empresas e ainda a busca dos investidores por ativos com múltiplos muito depreciados”, disse a analista.

Se os três primeiros meses de 2025 mostraram crescimento no mercado de ações, os últimos dias registram turbulência, provocada pelas medidas anunciadas nos Estados Unidos com alta de tarifas. O Ibovespa caiu 2,96% na sexta-feira (4) e 1,31%, na segunda-feira (7).

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