São Paulo, 2 de maio de 2025 – As atenções do mercado na semana entre 5 e 9 de maio estarãovoltadas para a definição da política monetária aqui e nos Estados Unidos, na Super Quarta.Merece atenção ainda a divulgação do IPCA de abril, a continuidade da temporada de balanços eas negociações no Congresso para agilizar a agenda econômica.
Em relação à reunião do Comitê de Política Monetária, a expectativa é de uma nova elevaçãona Selic. A dúvida é saber qual será o tamanho da subida. As apostas no mercado são de umaumento de 0,50 ponto percentual. Uma alta de 0,75 ponto é prevista apenas por uma pequena partedos investidores e um aumento menor, de 0,25 ponto, perdeu força nas apostas após falas um poucomais duras do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O mercado também prestará muitaatenção no tom do comunicado.
No exterior, as mais recentes falas dos membros do Federal Reserve, o banco central americano,priorizaram a cautela. Por isso, é quase consenso de que o juro básico será mantido. O mercadovai buscar pistas sobre os próximos passos no discurso do presidente do Fed, Jerome Powel, aindasobre os efeitos do tarifaço de Trump e diante da queda registrada no PIB do primeiro trimestre,que surpreendeu os investidores.
Às 13h15 da sexta, 2, o Ibovespa marcava 134.596 pontos, com devalorização semanal de 0,11%. Emabril, o índice subiu 3,63%. O dólar comercial tinha queda de 0,68% na semana, após ter recuado0,57% em abril, cotado a R$ 5,6505. A taxa DI para janeiro de 2029 abriu a semana remunerando13,590% ao ano e encaminham encerramento a 13,615% ao ano.
Na agenda de indicadores domésticos, destaque na segunda para o boletim Focus, às 8h25. Na terça,inicia a reunião do Copom. Na quarta, serão divulgados os dados da produção industrial demarço, às 9h, e a balança comercial fechada de abril, às 15h. No final do dia, teremos adefinição da taxa Selic. Na quinta, sai o IGP-DI de abril. Na sexta, atenções para o IPCA deabril, que será divulgado às 8h pelo IBGE.
Política
Ao mesmo tempo que tenta ver agenda econômica aprovada no Congresso, o governo se vê envolvido comas repercussões do caso de fraude no INSS. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, deu suasexplicações na Câmara neste semana. Já o presidente da casa, Hugo Motta, afirmou que o projetode isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil deve ficar para a segunda parte do ano.
Lupi afirmou que ao menos seis milhões de aposentados e pensionistas já tiveram alguma mensalidadeassociativa descontada de seus benefícios previdenciários. “Seis milhões é somando todos quecontribuíram ao longo de todos esses anos”, comentou o ministro ao participar da reunião daComissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, da Câmara dosDeputados.
De acordo com Lupi, o que não se sabe ainda é quantas destas pessoas foram alvo do esquema dedescontos associativos não autorizados que motivou a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geralda União (CGU) a deflagrar, na semana passada, a Operação Sem Desconto. “Não posso afirmarquantos são os fraudadores, nem, deste total, quantas são as fraudes, acrescentou o ministro. Eleexplica que o trabalho de identificação dos descontos fraudulentos será longo, pois depende deuma verificação caso a caso”.
Lupi voltou a dizer que o governo federal avalia como restituir aos aposentados e pensionistas osvalores que as entidades receberam ilegalmente, com o aval do INSS. O ministro destacou que quemlesou os beneficiários da autarquia e os cofres públicos serão responsabilizados.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a expectativa éque a proposta (PL 1087/25) que isenta o pagamento de Imposto de Renda (IR) para que ganha até R$ 5mil mensais seja votada no Plenário somente no segundo semestre.
Segundo Motta, a avaliação é que a discussão na comissão especial dure aproximadamente doismeses para que o texto possa cumprir todos os prazos regimentais. Motta afirmou que a proposta dogoverno tem uma boa aceitação entre os deputados, mas disse que texto será alterado para garantirque os benefícios não tragam impacto negativo para a economia.
O desafio é tentar encontrar a maneira menos danosa para que essa medida possa se estabelecer, mas,do ponto de vista da justiça tributária, temos um assunto bem pacificado, defendeu o presidente.
Internacional
A semana foi marcada por uma enxurrada de dados econômicos e balanços empresariais. Doisindicadores chamaram a atenção dos investidores, o PIB do primeiro trimestre dos EUA e o payrollde abril. No primeiro, houve uma contração de 0,3% em base trimestral, ante um crescimento médiode 2% registrado em 2024. O que derrubou o PIB em 2025 foi o aumento das importações, que foramfeitas para fazer um ‘estoque’ antes das tarifas anunciadas de Donald Trump.
O payroll mostrou a criação de 177 mil vagas de trabalho em abril, acima da previsão de 135 mil.Embora o saldo tenha sido positivo, a renda média do trabalhador norte-americano foi de 0,2%,abaixo dos 0,3% de previsão. Além disso, o departamento do Trabalho dos EUA revisou para baixo acriação de vagas nos meses de março e fevereiro.
Os balanços trouxeram números positivos para o setor tech, que tiveram lucros bem acima doprevisto, mas uma queda do setor petrolífero, devido à queda no preço do petróleo.
Do lado das tarifas de Donald Trump, houve um distensionamento das relações entre China e EUA, quemostram sinais de que pode haver conversas para se ter um acordo para reduzir as taxasalfandegárias. Mas ainda não há nada de concreto e oficial entre os dois países.
Para a semana que entra, teremos a reunião do FED na quarta-feira, que vai decidir a políticamonetária dos EUA. O mercado espera a manutenção dos juros, mas é o recado do presidente dainstituição, Jerome Powell, que vai ser analisado com lupa pelos investidores, para ter maispistas sobre como o banco deve agir nos próximos meses especialmente quando se fala sobre astarifas de Trump.
Além disso, os EUA publicam o ISM do setor de serviços, a balança comercial, os estoques depetróleo, os pedidos de seguro-desemprego, e o crédito ao consumidor.
A zona do euro publicará o índice Sentix de confiança do consumidor, o de preços ao produtor, eas vendas no varejo. A Alemanha divulga as encomendas às fábricas, a balança comercial, e aprodução industrial. No Reino Unido, teremos a decisão de política monetária do BOE.
O Japão publica a ata da reunião dos dias 18 e 19 de março, e a China divulga os índices depreços ao consumidor e ao produtor, além do saldo da balança comercial.
Serão publicadas as leituras revisadas dos PMIs do setor de serviços de abril dos EUA, China,Japão, Reino Unido, zona do euro e Alemanha. Por fim, teremos a divulgação dos balanços daEcopetrol, Bunge, Novo Nordisk, Toyota, Nippon Steel, Ford e da AMD.
Empresas
Em maio, a temporada de balanços do Ibovespa começa a ganhar tração, com 44 resultados somenteentre a próxima segunda (5) e sexta (9), com destaques para Itaú, Vibra, Minerva, Suzano, entreoutras. Além dos resultados operacionais e financeiros, as companhias apresentam as aprovaçõesdas assembleias de acionistas e aprovações de pagamentos de dividendos, além de movimentaçõesrelacionadas às estratégias de negócios e gestão de caixa.
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Na última semana, a B3 também apresentou a terceira prévia da nova carteira do Ibovespa,principal indicador do desempenho das ações mais negociadas da Bolsa brasileira, que registrou asentradas da construtora Direcional (DIRR3) e da rede de academias de ginástica Smart Fit (SMFT3) eas saídas da Automob (AMOB3) e da Locaweb (LWSA3), com base no fechamento do pregão de 29 deabril.
Os cinco ativos com maior peso na composição do índice na terceira prévia são: Vale ON(10,655%); Itaú Unibanco PN (7,774%); Petrobras PN (6,246%); Petrobras ON (4,253%) e Banco doBrasil ON (3,754%).
Assim, a nova composição da carteira que vai vigorar de 5 de maio a 31 de agosto deverá ter 87papéis de 84 empresas brasileiras (ações ordinárias, ON, e preferenciais, PN, de uma mesmacompanhia também podem integrar o indicador).
Acompanhe abaixo o calendário de divulgação dos resultados dessas e outras empresas listadas naBolsa brasileira.
CALENDÁRIO DA TEMPORADA DE RESULTADOS DO 1T25 (SUJEITO A ALTERAÇÕES):
MAIO
5 – BB SEGURIDADE, MOTIVA (EX-CCR), PÃO DE AÇÚCAR, TIM
6 – CAIXA SEGURIDADE, CARREFOUR, EMBRAER, PRIO (PETRO RIO), RD SAÚDE (RAIA DROGASIL), VAMOS, VIBRA
7 – AUREN, AUTOMOB, BRADESCO, ENGIE BRASIL, KLABIN, MINERVA, ULTRAPAR, VIVARA
8 – 3TENTOS, ALPARGATAS, AMBEV, ASSAI, AZZAS 2154, B3, CEMIG, COGNA, COPEL, CSN, CSN MINERAÇÃO,ECORODOVIAS, ENERGISA, FLEURY, HAPVIDA, ITAÚ UNIBANCO, LOCALIZA, LOJAS RENNER, LWSA, MAGAZINELUIZA, MRV, PETRORECONCAVO, PETZ, RUMO, SMART FIT, SUZANO, TOTVS
9 – BRASKEM, PORTO SEGURO
12 – BANCO DO BRASIL, BRAVA ENERGIA, DIRECIONAL, IRB BRASIL, ITAÚSA, NATURA, PETROBRAS, SABESP,TELEFÔNICA BRASIL, YDUQS, BTG PACTUAL
13 – CVC BRASIL, JBS, SANTOS BRASIL, SLC AGRICOLA, RAIZEN *4T/ANO-SAFRA 24/25
14 – ALLOS, AMERICANAS, AZUL, BRADESPAR, CASAS BAHIA, ELETROBRAS, ENEVA, EQUATORIAL, OI, REDE D’OR,TAESA
15 – BRF, COSAN, CPFL ENERGIA, CYRELA, EZTEC, GOL, MARFRIG
JUNHO
23 – SÃO MARTINHO *4T/ANO-SAFRA 24/25
Cynara Escobar, Dylan Della Pasqua, e Vanessa Zampronho / Safras News
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