Trump diz que Lula pode falar com ele quando quiser

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (1º) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode falar com ele quando quiser para discutir tarifas e outras questões envolvendo os dois países.

“Ele pode falar comigo quando ele quiser”, afirmou Trump a jornalistas no gramado da Casa Branca. As declarações foram dadas dois dias após o decreto que impôs tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras e no dia seguinte ao tarifaço global que voltou a impor taxas mais altas sobre dezenas de países.

O presidente americano também disse que ama o povo brasileiro e que “as pessoas que lideram o Brasil fizeram coisa errada”, em provável referência ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, alvo de sanções do governo americano.

Os dois líderes ainda não discutiram diretamente as tarifas nem se encontraram desde que Trump assumiu o novo mandato, em janeiro.

Nas últimas semanas, depois que o americano ameaçou o país com as taxas maiores, Lula disse que seu homólogo não pode ser um “imperador do mundo”, que vai dobrar a aposta e que ele mente ao justificar as medidas econômicas.

Nesta sexta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. afirmou que o objetivo do Brasil continua sendo mais parcerias com os Estados Unidos. Em entrevista a jornalistas em Brasília, Haddad disse que há opção no mercado interno para parte dos produtos que eram enviados aos EUA, e que é possível estreitar os laços entre os dois países “desde que seja bom para os dois lados”.

O ministro ressaltou que, apesar do atual comando nos EUA, o Brasil continuará buscando uma relação construtiva, guiada pelo interesse nacional e por vínculos de longo prazo.

Na quarta-feira (30) Trump assinou medida que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros, elevando o valor total da sobretaxa para 50%, a maior do mundo. Apesar da taxa, o país se beneficiou de uma isenção para cerca de 700 produtos exportados aos EUA.

O dólar caiu 0,98% nesta sexta e encerrou a semana cotado a R$ 5,545, tendo como pano de fundo dados de emprego dos Estados Unidos bem mais fracos do que o esperado. O tarifaço do presidente Donald Trump também foi pauta nas mesas de operação. Na Bolsa, a combinação de fatores -mais uma série de balanços corporativos do 2º trimestre- se traduziu em queda de 0,47%, a 132.437 pontos.

Na primeira manifestação pública após as punições anunciadas pela Casa Branca, o ministro Alexandre de Moraes classificou como “covardes e traiçoeiras” as ações que levaram à aplicação de sanções pelo governo dos EUA a ele.

Moraes falou haver “traição à pátria” e direcionou sua reação principalmente ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articulou com integrantes do governo americano o enquadramento do ministro na Lei Magnitsky, que prevê bloqueios financeiros. O magistrado não citou o parlamentar nominalmente.

“Encontram-se foragidos e escondidos fora do território nacional. Não tiveram coragem de continuar no território nacional”, afirmou Moraes na abertura do semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º).

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