Vendas no varejo de maio refletem cautela do consumidor - ING

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São Paulo, 17 de junho de 2025 – As vendas no varejo dos EUA caíram pelo segundo mêsconsecutivo em maio, recuando 0,9% em relação a abril, um resultado pior do que o esperado pelomercado (-0,6%). O dado de abril também foi revisado para baixo, de um leve crescimento de 0,1%para uma contração de 0,1%. O desempenho fraco foi impulsionado principalmente por quedas nasvendas de automóveis (-3,5%), materiais de construção (-2,7%) e gasolina (-2%), enquanto setorescomo vestuário (+0,8%) e comércio online (+0,9%) tiveram melhor desempenho. “O recuo nas vendas deautomóveis reverteu completamente o aumento registrado em março, quando consumidores anteciparamcompras por medo de tarifas futuras”, afirma James Knightley, economista chefe global nos EUA daING.

O chamado “grupo de controle”, que exclui itens voláteis como gasolina, automóveis e materiaisde construção, apresentou um crescimento de 0,4% em maio, após queda de 0,1% em abril. “Esseindicador, que historicamente reflete melhor as tendências gerais do consumo (incluindo serviços),sugere que o segundo trimestre pode não ser totalmente perdido para os gastos do consumidor. Noentanto, é importante destacar que as vendas no varejo representam apenas 42% do consumo total nosEUA, o que limita um pouco o alcance desses dados”, continua.

Knightley afirma que a cautela dos consumidores reflete preocupações com o poder de compra,já que as tarifas comerciais devem pressionar os preços, e com o mercado de trabalho, onde asperspectivas parecem menos otimistas. “Esse cenário aponta para um resfriamento contínuo doconsumo, que deve perdurar ao longo do ano. Em termos reais (ajustados pela inflação), o quadro éainda mais fraco, indicando um possível impacto negativo no crescimento do PIB”.

O comércio online continua sendo um dos poucos destaques positivos, consolidando-se como aprincipal fonte de crescimento do varejo nos últimos anos. Enquanto isso, setores mais sensíveis atarifas e custos de combustível, como automóveis e materiais de construção, enfrentam pressõessignificativas. “A queda nas vendas de gasolina, por exemplo, pode ser um sinal de que osconsumidores estão reduzindo deslocamentos ou buscando alternativas mais econômicas”, acrescenta oanalista.

No geral, os dados reforçam a percepção de que os consumidores americanos estão adotando umapostura mais defensiva, temendo que as tensões comerciais e a incerteza econômica afetem seusorçamentos. “Com a confiança do consumidor em níveis moderados e o mercado de trabalho mostrandosinais de desaceleração, é provável que o crescimento do consumo, um dos principais motores daeconomia dos EUA, continue perdendo força nos próximos meses”, conclui.

Vanessa Zampronho / Safras News

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