[AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DC NEWS]
O contexto de Selic em dois dígitos, endividamento e inflação acima da meta torna mais desafiadoras as vendas em redes de atacarejo como o Assaí, a segunda maior do país. Para lidar com essas dificuldades, a companhia está focada em ampliar o sortimento de produtos, negociar melhor com fornecedores, aumentar a produtividade das lojas e disciplinar as despesas. “Temos trabalhado ainda mais nas variáveis sob nosso controle”, afirma Anderson Castilho, o Vice-Presidente de Operações do Assaí Atacadista, à AGÊNCIA DC NEWS.
A rede, que completa 51 anos este ano, faturou R$ 20,8 bilhões no terceiro trimestre, um crescimento de 2,7%, de acordo com o balanço divulgado na última quinta-feira (6). O faturamento anual em 2024 foi de R$ 80,6 bilhões, aumento de 11%. O lucro líquido, no entanto, encolheu 1,5%, ficando em R$ 195 milhões no balanço trimestral. Isso, segundo o executivo, se deu justamente em função do cenário econômico mais difícil, com margens menores. O Assaí inaugurou quatro lojas este ano, em São José do Rio Preto (SP), Jacarepaguá (RJ), em Osasco (SP) no mês de setembro, e em Santo André na terça-feira (11). Até o final do ano, devem ser abertas mais seis lojas que estão em obras, segundo a companhia, em SP, GO, ES e TO — no total, são 306 lojas em 24 estados, perdendo apenas para o Atacadão (415 unidades), do Grupo Carrefour, que lidera o mercado de atacarejo no Brasil, faturando R$ 86 bilhões no ano passado.
Uma das medidas para estimular os consumidores foi a campanha de aniversário da empresa ao longo do mês de outubro, destaca o executivo: a cada R$ 20 em compras, o cliente concorre a um carrinho de até R$ 750 grátis, e todos os participantes concorrerão ainda a um prêmio final de R$ 1 milhão. “É uma mecânica simples e acessível tanto para pequenos comerciantes e consumidores finais”, disse Castilho. O executivo afirmou que medidas como essa, para enfrentar os desafios do momento, “se traduzem em custos menores, uma fortaleza do formato atacarejo e garantia de atratividade de preços para os clientes”.
No balanço trimestral, o Assaí cita dados de uma pesquisa exclusiva da Nielsen sobre o desempenho do varejo no 3º trimestre que revela uma disparidade de performance, em termos de volume de vendas, entre os formatos de mercados voltados às classes sociais com menor renda (-8,3%) daqueles destinados às classes de maior renda (+2,7%). O CEO da rede, Belmiro Gomes, disse no documento que o foco da empresa em 2025 está definido: “Entramos no último trimestre focados na execução e geração de valor sustentável, atentos às mudanças do cliente e oportunidades”.
Ele destaca que a alavancagem da companhia seguiu a tendência de baixa, e deve chegar ao final do ano com valor equivalente a 2,6x o faturamento, ante 3,5x no mesmo período do ano passado. Também chama atenção para o aumento no uso do app Meu Assaí, que tem mais de 16 milhões de usuários. No terceiro trimestre, a frequência de clientes que utilizam o app foi 44% maior nas lojas do que aqueles que não o utilizam, e o gasto desses clientes foi 28% maior. Outro ponto importante foi que, durante o semestre, os 47 hipermercados Assaí transformados em atacarejo, em 2022, atingiram um faturamento médio de R$ 27,9 milhões por loja, resultado 29% acima da média de todas as unidades.
Anderson Castilho, Assaí
