O futuro do varejo está pronto. É o conceito que a companhia americana Diebold Nixdorf quer trazer para a NRF Big Show 2025, o maior evento de varejo do mundo, que começa neste domingo (12) e vai até a próxima terça-feira (14), em Nova York. A empresa, avaliada em US$ 1,55 bilhão na Nasdaq (cotação da última sexta-feira, 10), também atuante no mercado brasileiro, está levando para a feira tecnologias de hardware e software que utilizam inteligência artificial para transformar experiências no varejo e combater perdas. O objetivo é mostrar as soluções das lojas do futuro que já estão disponíveis hoje. “Estamos colaborando com mais de 60 parceiros varejistas globalmente com o uso das novas tecnologias”, afirmou Ilhami Cantadurucu, vice-presidente executivo de Varejo Global da Diebold Nixdorf em comunicado para a imprensa.
A investida no varejo é um dos principais segmentos da Diebold Nixdorf, representando 29% (US$ 1 bilhão) do faturamento total de US$ 3,7 bilhões em 2023. O restante é proveniente de receitas com tecnologia bancária e para caixas eletrônicos. Atualmente, as vendas do segmento voltado para o varejo são sustentadas pelos novos lançamentos em IA, divulgados em abril de 2024. Se resumem a uma plataforma baseada em inteligência artificial, nomeada de Vynamic (marca registrada), que reúne tecnologias aplicadas para lojas físicas em totens ou caixas de self-checkout. “Essa tendência demorou a chegar no Brasil, mas atualmente é muito forte nos atacarejos”, disse em entrevista exclusiva à Agência DC NEWS Marcelo Sturn, head de Software de Retail da Diebold Nixdorf Brasil.
COMO FUNCIONA – Dentro do pacote estão soluções como a de reduzir perdas no checkout, que consiste no combate a furtos nos quais os compradores deliberadamente não escaneiam todos os itens, digitalizam apenas um produto ao invés de vários, usam códigos de barras falsificados ou os trocam. Também funciona para ocasiões em que um item não é escaneado não intencionalmente. Outra parte da solução identifica e distingue produtos frescos, como frutas e legumes, frequentemente vendidos com base em seu peso. Nesse caso, a tecnologia une câmeras e algoritmos treinados para identificar de forma precisa o produto e a quantidade, eliminando a necessidade da pesagem por parte dos compradores.
A última aplicação verifica de maneira autônoma a idade dos clientes para facilitar vendas restritas, como a de bebidas alcoólicas, que segundo a Diebold Nixdorf, pode representar até 22% das intervenções por um colaborador da loja. A solução utiliza uma câmera direcionada ao consumidor no caixa de autoatendimento e um algoritmo, que estima sua idade em tempo real, sem armazenar qualquer informação pessoal no sistema. Dessa forma, a comprovação de idade é realizada em menos de 10 segundos, contra os três minutos necessários para uma verificação realizada por um funcionário, conforme informações de comunicado à imprensa.
FUNCIONÁRIOS – Com mais tecnologia, e principalmente com a IA, um dos maiores receios é a redução de quadros, mas essa não é a visão da companhia. O objetivo dessas tecnologias, segundo Sturn, é reduzir momentos de atrito entre o consumidor e a loja, como é feito no self-checkout e na utilização dos totens espalhados pelos estabelecimentos. “A tecnologia não vai acabar com as pessoas, mas vai mudar o papel delas.” Ele acredita que o varejo vai se tornar mais automatizado, com mais autoatendimento, mas que ainda haverá necessidade de pessoas oferecer uma experiência personalizada.