Galípolo cita crescimento da economia, desvalorização do real e fatores climáticos para não cumprimento da meta de inflação

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São Paulo, 10 de janeiro de 2025 – O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo,atribuiu o estouro da meta de inflação em 2024 ao forte crescimento da economia, àdesvalorização do real e a fatores climáticos. Diante desse resultado, o Banco Central publicouhoje uma carta aberta encaminhada ao ministro da Fazenda e presidente do CMN, Fernando Haddad, naqual explica os fatores que levaram a inflação a terminar fora do limite máximo.

“O fato de o real ter sido a moeda de maior depreciação em 2024 [….] sugere que fatoresdomésticos e específicos do Brasil tiveram papel expressivo nesse movimento cambial. No âmbitodoméstico, a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal afetou, de formarelevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, asexpectativas de inflação e a taxa de câmbio”, diz a carta enviada por Galípolo.

Galípolo escreveu que o BC tem definido a meta para a taxa Selic para assegurar a convergênciada inflação à meta. E que, de acordo com as projeções, a inflação ficará acima do limite dointervalo de tolerância até o terceiro trimestre de 2025.

Mas que o Banco Central tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja a metapara a inflação de 3,00%, válida a partir de janeiro de 2025.

Os efeitos da seca e do ciclo do boi também contribuíram para o quadro inflacionário,sustentou Galípolo. A seca que atingiu parte do país pressionou os preços de alimentação, emespecial, de carnes e leite, em função da deterioração de pastagens, e de produtos como café elaranja.

“O ciclo do boi teve impacto significativo nos preços da carne, sendo mais forte do que oesperado. Esse movimento se somou aos efeitos da seca e da depreciação cambial, contribuindo parao aumento nos preços, diz o documento.

A carta também cita as enchentes no Rio Grande do Sul, que impactaram alguns preços dealimentos, especialmente no próprio estado, mas em geral houve reversão nos meses seguintes.

“No segundo trimestre do ano, as enchentes no Rio Grande do Sul também influenciaram ospreços de alguns alimentos, especialmente no próprio estado. No entanto, de forma geral, osefeitos foram revertidos nos meses seguintes”.

Darlan de Azevedo – darlan.azevedo@cma.com.br (Safras News)

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