PwC: 45% dos CEOs dizem que empresas podem se tornar inviáveis em dez anos. Na mesa: reinvenção

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No Brasil, 68% dos CEOs acreditam que o crescimento global se acelerará nos próximos 12 meses
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  • Dados aparecem no 28º Global CEO Survey, conduzido pela PwC com quase 5 mil líderes de 100 países
  • Consultoria se diz surpresa com resultado sobre otimismo sobre crescimento. "Resultado pode parecer surpreendente diante das tensões geopolíticas"
Por Bruna Galati Compartilhe: Ícone Facebook Ícone X Ícone Linkedin Ícone Whatsapp Ícone Telegram

[AGÊNCIA DC NEWS]. A consultoria e auditoria PwC divulgou um relatório, o 28º Global CEO Survey, que traz insights a partir de entrevistas com 4,7 mil CEOs e executivos de 100 países. Muitos líderes reconhecem que há uma urgência por reinvenção. No Brasil, 45% dos CEOs, e 42% no mundo, acreditam que suas empresas não serão viáveis por mais dez anos se mantiverem o rumo atual. No Brasil, o resultado foi pior em comparação ao ano passado (41%), enquanto no cenário global houve uma melhora em relação aos 45% registrados anteriormente. Os dados põem na mesa uma verdade: a necessidade de que acelerar na reinvenção – inovar é o que vai garantir a sobrevivência num mercado nervoso, considerando concorrência, economia e geopolítica. 

Desde que essa preocupação foi levantada, em 2023, pela consultoria, setores como mídia e entretenimento, tecnologia, telecomunicações e indústria vêm sendo os mais pressionados a se transformar, puxados por temas urgentes como digitalização e descarbonização. Em 2023, por exemplo, apenas 28% dos CEOs do setor farmacêutico no mundo disseram que suas empresas não seriam viáveis por mais de 10 anos se mantivessem o mesmo rumo. No ano passado, esse percentual aumentou para 38% e, novamente em 2025, para 45%. Entre outros fatores, isso reflete uma crescente percepção de que a inteligência artificial pode revolucionar a descoberta de medicamentos e muitos aspectos do cuidado com os pacientes.

Em todos os setores, dois terços dos CEOs (64%) em âmbito global relatam ter adotado pelo menos uma ação para mudar a forma como suas empresas criam, entregam e capturam valor. No entanto, menos empresas buscaram medidas mais difíceis, como adotar novas estratégias de crescimento, implementar novos modelos de precificação ou fazer parcerias com outras organizações para criar ecossistemas. Embora as iniciativas sejam importantes, muitos CEOs acreditam que elas não serão suficientes. Um exemplo é a proporção da receita que as empresas obtêm de novos negócios, uma métrica que indica a velocidade de crescimento fora de suas operações principais. No Brasil, apenas 8% da receita dos últimos cinco anos, em média, vieram de novos negócios criados nesse período, indica o relatório. Mundialmente, foram apenas 7%.

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL –
A IA tem se destacado como importante iniciativa de transformação nas empresas. Apenas dois anos após surgir no radar dos executivos, a tecnologia foi amplamente difundida. No Brasil, 52% dos CEOs relatam ganhos de eficiência no uso do tempo dos funcionários devido à IA, enquanto 34% identificaram aumento de receita e 31% observaram crescimento na lucratividade. No cenário global, esses números são superiores, com 56% reportando maior eficiência e 34% relatando aumento de lucratividade.

No Brasil, 61% dos CEOs acreditam que a IA impulsionará a lucratividade de suas empresas nos próximos 12 meses, em comparação com os 49% do cenário global. No entanto, a IA também apresenta desafios. Globalmente, 13% dos CEOs afirmam ter reduzido o quadro de funcionários devido à automação gerada pela tecnologia, enquanto 21% no Brasil (e 17% no mundo) relataram ter expandido suas equipes para integrar a IA aos processos organizacionais. Nos próximos três anos, 69% dos CEOs brasileiros planejam incorporar a IA em plataformas tecnológicas, e 56% pretendem integrá-la a processos de negócios e fluxos de trabalho. Em contrapartida, menos da metade planeja usar a tecnologia para desenvolver competências na força de trabalho.

VERDE E RENTÁVEL – As ações de sustentabilidade apresentam uma probabilidade seis vezes maior de gerar aumento de receita ao invés de provocar redução, destacando-se como uma estratégia financeiramente vantajosa. O desempenho desses investimentos varia de acordo com o contexto regulatório e os incentivos locais. Na China, por exemplo, 60% dos CEOs relataram que iniciativas climáticas geraram novas receitas, enquanto no Brasil essa proporção foi de 30%. O diferencial está no apoio governamental: 46% dos líderes chineses receberam incentivos adicionais, comparados a apenas 13% no Brasil. Já na Alemanha e na França, cerca de metade dos CEOs avaliou que os investimentos climáticos aumentaram os custos operacionais, contraste significativo em relação ao Brasil (25%) e aos Estados Unidos (20%).

CRESCIMENTO – A PwC também trouxe dados sobre perspectiva de crescimento. E ela mesma se diz surpresa com a conclusão do estudo. “Em um resultado que pode parecer surpreendente diante de um cenário de tensões geopolíticas e comerciais, os CEOs se disseram otimistas com a economia global”. No Brasil, 68% esperam que o crescimento global se acelere nos próximos 12 meses, um forte aumento em relação aos 36% da pesquisa do ano passado e aos 17% do ano anterior. Globalmente, a tendência é a mesma: 58% neste ano, em comparação com 38% do ano passado. Quando o assunto envereda para o incremento, reforçando o otimismo, 53% dos entrevistados no Brasil disseram que planejam ampliar o quadro de funcionários no próximo ano, enquanto apenas 14% pretendem reduzir (global – 42% e 17%, respectivamente).

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