[AGÊNCIA DC NEWS]. Com 44 anos de história, 400 unidades espalhadas por 130 cidades brasileiras e um faturamento recorde de R$ 1 bilhão no ano passado, o Giraffas, rede de alimentação completa, está de olho em novos horizontes. Em entrevista ao DC NEWS Talks, Carlos Guerra, fundador e CEO da marca, revelou que a empresa está planejando sua internacionalização. “Estamos estudando internacionalizar. Mas ainda não sabemos qual é o mercado alvo.” Ele disse, no entanto, que a ideia está em torno de mercados como Colômbia, Chile, Peru ou possivelmente América Central. “Somos maduros, mas não acomodados. Acreditamos que há espaço para crescer em outros países”, disse Guerra. A dúvida que paira ainda é: shopping ou rua.
“Achamos que nosso produto é muito brasileiro, com arroz, feijão e pratos que têm uma cara diferente”, afirmou Guerra. A companhia acredita que é possível levar essa proposta para outros países da América do Sul, onde há uma influência cultural que o Brasil pode exercer. A empresa conta com consultoria especializada, a Cherto, para estudar a viabilidade econômica, cultural e política desses mercados. A expansão internacional não é uma novidade para o Giraffas. Entre 2010 e 2015, a rede teve uma unidade em Miami, nos Estados Unidos, experiência que, apesar de não ter dado certo, trouxe aprendizados valiosos. “Aquele momento nos mostrou que precisamos de um planejamento mais estruturado e adaptado às particularidades de cada mercado”, explicou o CEO. Agora, a rede busca replicar o sucesso que conquistou no Brasil, onde produz mensalmente três milhões de lanches e refeições e emprega mais de 10 mil colaboradores.
Enquanto prepara o terreno para a internacionalização, o Giraffas mantém um ritmo acelerado de expansão no mercado doméstico. Para 2025, a meta é abrir 30 novos restaurantes e sete quiosques, totalizando 37 novos pontos de venda. Os quiosques, que já existiam, passaram por uma repaginação e agora oferecem um portfólio ampliado de sobremesas e lanches, atendendo a uma demanda crescente por conveniência e variedade. O crescimento da rede é resultado de uma estratégia que combina inovação no cardápio, foco na experiência do cliente e uma relação próxima com os franqueados, como considera o CEO. “Temos uma comunicação muito aberta com nossos franqueados. Eles são nossa melhor consultoria, porque estão na ponta, operando o negócio no dia a dia”, afirmou Guerra. Atualmente, 100% das unidades do Giraffas são franqueadas, incluindo aquelas administradas por diretores e sócios da empresa.
TRAJETÓRIA – A trajetória do Giraffas não foi livre de obstáculos. Desde sua fundação, em 1981, a rede enfrentou crises econômicas, planos de estabilização e, mais recentemente, os impactos da pandemia de covid-19. Em 2020, o faturamento da empresa caiu quase 40%, mas a rápida adaptação às novas demandas do mercado permitiu sua recuperação. “Desde o fim da pandemia, nosso faturamento cresceu 68%, enquanto a média do setor ficou 10 pontos abaixo”, disse Guerra. A capacidade de adaptação é uma das marcas registradas da rede, na visão do CEO. Inicialmente focada em lanches, o Giraffas ampliou seu cardápio para incluir pratos completos, como grelhados e opções executivas, atendendo a um público diversificado a preços acessíveis. “Ao longo dos anos, buscamos adaptar nosso cardápio às necessidades dos consumidores.”
DESAFIOS – Manter a qualidade e a consistência dos produtos em mais de 400 unidades é um dos maiores desafios da rede. Guerra contou que o Giraffas tem um sistema logístico robusto, que garante que todos os restaurantes recebam os mesmos ingredientes, preparados e embalados de forma padronizada. Além disso, a empresa investe em treinamento. Ele contou que em 2023, foram emitidos 67 mil diplomas em cursos que vão desde boas práticas de fabricação até atendimento ao cliente. “Consistência é a chave do sucesso. Se o cliente percebe que o produto está diferente, mesmo que seja para melhor, ele pode não voltar”, afirmou Guerra. Esse cuidado com a padronização e a qualidade é um dos pilares que sustentam a confiança dos consumidores e a longevidade da marca, na avaliação dele. Confira a entrevista.