[AGÊNCIA DC NEWS]. Estudo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com a Deloitte, divulgado na quarta-feira (11) durante a feira Febraban Tech em São Paulo, revela que, apesar do aumento das operações bancárias via telefone celular, as transações em pontos do comércio (ou seja, usando maquininhas de cartões de crédito e débito) se mantêm estáveis por mais um ano. Desde 2022, representam 13% do total de transações no país, que ultrapassaram 208,2 bilhões em 2024 – um recorde do setor financeiro. “O cartão é um meio que o brasileiro gosta mais que consumidores de qualquer parte do mundo”, afirmou Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a Indústria de Serviços Financeiros. Em 2021, a fatia era de 18%.
Dentro do segmento de POS (pontos de venda no comércio), que responde por 26,6 bilhões de transações, outra tendência é a alta dos pagamentos via Pix QR Code, que deram salto de 775 milhões em 2023 para 1,3 bilhão ano passado (+68%), enquanto o uso total de cartões recuou 4,4% (de 16 bilhões para 15,3 bilhões) no caso do débito e avançou 15,7% (de 8,3 bilhões para 9,6 bilhões) no crédito. “O Pix está crescendo muito na ponta do merchand. Há uma transferência do cartão para o QR Code”, disse Biagini. Segundo ele, o número de transações em POS cresce cerca de 10% ao ano, mas em 2024 teve crescimento menor, de 3%.
O chamado mobile banking, que consiste em transações com telefones celulares, por sua vez, permaneceu na liderança absoluta, atingindo 75% ou 155 bilhões de operações em 2024, ante 69% do total em 2023 e 71% no ano anterior. “É uma taxa superforte que consolida o mobile como o principal meio de serviços financeiros”, disse o executivo. “Tudo que se faz de contratação hoje em dia – por exemplo, apólices de seguro e outros serviços – se faz pelo mobile.” Isso se deve, segundo ele, à conveniência do celular, investimentos que foram feitos nos aplicativos ao longo dos últimos anos e a confiança do brasileiro nesses meios de pagamento.
As outras tecnologias todas tiveram queda no volume de transações em 2024, de acordo com o estudo. O internet banking caiu 14%, para 14,6 bilhões de operações registradas ao longo do ano; as agências bancárias tiveram igualmente queda de 14% na demanda, com 3,6 bilhões de transações; o uso de ATMs caiu 13%, com cinco milhões de transações; e os outros meios (3,4 bilhões de transações) foram 8% menos utilizados. “Um destaque esse ano é a carteira digital (digital wallets), quando coloca o cartão no celular, que teve um crescimento de 10% dentro do segmento de POS”, afirma Biagini.