[AGÊNCIA DC NEWS]. O faturamento do e-commerce atingiu R$ 204,3 bilhões em 2024, crescimento de 10% sobre o ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A entidade projeta alta de quase 15% neste ano, para R$ 234,5 bilhões. E espera superar a marca dos R$ 300 bilhões em 2028 (estimativa de R$ 312,7 bilhões). De 2012 a 2024, sua participação no varejo triplicou, de 2,9% para 9% do total. O vice-presidente da ABComm, Rodrigo Bandeira, destacou o bom desempenho e o “aumento da confiança” na modalidade.
Além disso, segundo Bandeira a gestão eficiente das operações durante períodos de alta demanda, como Black Friday e Natal, foi essencial para evitar gargalos logísticos. “Isso demonstra a capacidade das empresas de se adaptar e manter a qualidade de serviço, mesmo em momentos de maior pressão no mercado.” Os dados da ABComm mostram impulso maior a partir da pandemia: de 2019 para 2020, o faturamento do setor cresceu 40%. No ano seguinte, 19%. No intervalo de cinco anos, a alta atingiu 127%.
De acordo com as informações da associação, o número de compradores chegou a 91,3 milhões, ante 87,8 milhões em 2023 – aumento de 4%. Desse total, 60% são mulheres. Eram 55% em 2019. Pouco mais de um terço (35%) se concentra na faixa de 35 a 44 anos, seguido de 25/34 (22,3%) e 45/54 (22%). O celular passou a ser o meio mais utilizado para as compras, com 55,5%. Cinco anos atrás, era usado em 42,8% dos casos. Entre as regiões, 55,9% dos compradores estão no Sudeste – 33,3% apenas em São Paulo. Em seguida, vêm Sul (16,9%), Nordeste (16%), Centro-Oeste (8%) e Norte (3,2%).
Comércio eletrônico no Brasil
Ano | Faturamento (R$ bi) | Tíquete médio (R$) | Compradores (milhões) | Pedidos (milhões) |
2024 | 204,3 | 492 | 91,3 | 414,9 |
2023 | 185,7 | 470 | 87,8 | 395,1 |
2022 | 169,6 | 460 | 83,8 | 368,7 |
2021 | 150,8 | 450 | 79,8 | 335,2 |
2020 | 126,4 | 420 | 77 | 301,1 |
2019 | 90,0 | 420 | 68 | 214,2 |
Com 19,6% de share, o setor de Eletrodomésticos lidera entre os pedidos dos compradores. A Telefonia responde por 13,1% e, fechando o Top 3, vem Utensílios para Casa&Decoração (11,7%), pouco à frente de Aparelhos de Informática (11,2%). Na quinta posição há empate de participação entre Produtos Eletrônicos e Moda&Acessórios (ambos com 10,4%). O total de pedidos chegou a 414,9 milhões, com tíquete médio de R$ 492,40. Para este ano, a ABComm projeta 435,6 milhões de pedidos (+5%) e 94 milhões de compradores (+3%), com tíquete médio de R$ 539,28 (+9,5%).
Bandeira não estimou a qual patamar de participação – ainda inferior a 10% do total – o e-commerce pode chegar no varejo brasileiro. “Deve continuar crescendo, especialmente se forem mantidas as estratégias de inovação e adaptação às novas necessidades do consumidor”, disse. “No entanto, o aumento do dólar pode gerar impactos, se esse fator não for controlado.”