São Paulo, 17 de julho de 2025 – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nestaquinta-feira (17) em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews, que a ameaça de sanção daOrganização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao Brasil é “totalmente descabida” e que opaís não pretende dialogar com a entidade nesse cenário.
No último dia 15, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que países como Brasil, China eIndia podem ser alvos de sanções secundárias caso mantenham relações comerciais com a Rússia os quatros países integram o Brics.
Questionado se viu uma interferência da Otan sobre o Brasil e se pretende dialogar com a entidade,Mauro Vieira declarou: “Dialogar com a Otan, não. Nós não fazemos parte. A Otan, é preciso quefique claro: é uma organização militar, Organização do Tratado do Atlântico Norte. O Brasilnão é parte nem os outros dois países que o secretário-geral mencionou. Eu acho uma declaraçãodele totalmente descabida, fora de propósito, fora da área de competência dele. Ele tem quetratar da aliança militar.”
A Otan é uma aliança militar composta por 31 países da América do Norte e da Europa, criada como objetivo de garantir a segurança coletiva entre seus membros. Sanções secundárias sãopenalidades aplicadas a países ou empresas que mantenham relações comerciais com um país jásancionado pela entidade, neste caso, a Rússia.
Ainda na entrevista à Globonews, o chanceler brasileiro ironizou a ameaça de Rutte, afirmando que”talvez” o chefe da Otan não saiba que o organismo tem caráter de aliança militar e não temalcance comercial.
“Talvez ele esteja mal-informado, não saiba que é uma organização militar, não tem alcancecomercial. Sobretudo porque, se for assim, países membros da Otan que são membros da UniãoEuropeia – e que comerciam com a Rússia e compram grandes quantidades de petróleo e de gás -teriam que ser também sancionados”, afirmou o ministro.
Questionado nesta quinta-feira se avalia que os Estados Unidos podem ter atuado junto à Otan paraque a ameaça de Rutte ao Brasil fosse feita, Mauro Vieira disse que a declaração foi “tãodescabida” que “deve ter partido voluntariamente do secretário-geral da Otan”.
“As questões comerciais, cada país – e o Brasil faz assim – trata bilateralmente ou na OMC.Depois, esse tipo de ameaça, não acho que corresponda a uma ameaça comercial dentro de umaorganização militar”, declarou Mauro Vieira à Globonews.
Com informações do g1.