São Paulo, 18 de julho de 2025 – Após uma longa disputa arbitral internacional, a Chevronrecebeu autorização para concluir a aquisição da Hess por US$ 53 bilhões, superando a tentativada ExxonMobil de impedir a operação. O painel de arbitragem da Câmara de Comércio Internacional,em Paris, rejeitou a alegação da Exxon de que teria direito contratual de preferência sobre aparticipação da Hess em um dos campos de petróleo mais cobiçados do mundo: o bloco Stabroek, naGuiana. A decisão põe fim a meses de incertezas e conflitos jurídicos envolvendo as maioresherdeiras do antigo império Standard Oil. As informações são da agência de notícias “DowJones”.
A controvérsia girava em torno de cláusulas de um acordo conjunto firmado há mais de uma décadaentre Exxon, Hess e a chinesa CNOOC, que atualmente são sócias em Stabroek, responsável portornar a pequena Guiana uma potência do petróleo. Enquanto Exxon e CNOOC insistiram que apreferência contratual valeria para a aquisição da Hess, a Chevron defendeu (e venceu) oargumento de que tal direito não se aplicava à compra de toda a companhia, mas apenas à venda daparticipação específica em projetos. Com a decisão em mãos, a Chevron imediatamente concluiu onegócio e já anunciou John Hess, presidente de longa data da Hess, como novo membro do seuconselho de administração.
O resultado foi comemorado por investidores: as ações da Hess subiram quase 8% e as daChevron, cerca de 3,7%. A aquisição fortalece o portfólio da Chevron, aproxima sua produçãodiária dos 4 milhões de barris de óleo equivalente e amplia sua presença em regiõesestratégicas de exploração, como Cazaquistão, Argentina e Mediterrâneo. O bloco Stabroek,operado pela Exxon (45%), tem produção atual de 650 mil barris/dia e pode alcançar 1,2 milhãoaté 2027, consolidando o consórcio formado também por CNOOC (25%) e Hess (30%) entre os maioresprodutores globais per capita.
Para a Exxon, apesar do revés, a decisão arbitral não prejudica o momento positivo dacompanhia, que se recuperou rapidamente da crise e registrou lucros recordes após a alta dospreços de energia pós-pandemia. Com estratégias focadas em projetos de maior rentabilidade eajustes estruturais internos, a Exxon se disse comprometida com o futuro do consórcio na Guiana edeu as boas-vindas à Chevron como nova parceira no bloco histórico.
Vanessa Zampronho / Safras News
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