São Paulo, 18 de julho de 2025 – Brasília viveu uma semana nervosa, chamando a atenção dos olhosdos investidores. Mesmo com o recesso no Congresso, as atenções seguirão voltados para o cenáriopolítico. A tensão sobre a tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, DonaldTrump, deve seguir aumentando com a aproximação do prazo para que entre em vigor – 1o de agosto.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também titular da pasta do Desenvolvimento, assumiu asnegociações para tentar buscar um acordo com os norte-americanos. Mas após uma série dereuniões com representantes dos setores mais prejudicados pela taxa, o mercado se divide entresinais de uma aproximação entre os dois países e o acirramento da disputa eleitoral.
Lula e Trump oscilaram entre afagos e provocações. Como resultado, a movimentação do mercadofinanceiro esteve nervosa e volátil, quadro que deve permanecer nos próximos dias. De um lado,Bolsonaro e seus aliados buscam aumentar a pressão através de Trump, forçando uma anistia. Mas asexta foi marcada por uma operação na casa do ex-presidente.
A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal),cumpriu mandados de busca e apreensão e a aplicação de medidas cautelares. O ex-presidente passará a usar tornozeleira eletrônica, além de cumprir recolhimento domiciliarno período noturno e finais de semana.
Na corrida à presidência, o balanço da semana confirma uma melhora na popularidade do atualpresidente Luiz Inácio Lula da Silva, embalado pela narrativa da defesa da soberania nacional etambém no questionamento ao Congresso. Jair Bolsonaro está praticamente fora do páreo e o nomepreferido da direita, o governador Tarcísio de Freitas, tenta recolher os cacos do estragoprovocado pelo apoio bolsonarista à política tarifária de Trump contra o Brasil.
A pauta econômica avançou no Congresso, mas o veto de Lula ao projeto que aumenta o número dedeputados federais recrudesceu os atritos entre Planalto e Legislativo. A decisão favorável do STFna questão do IOF também colocou lenha na fogueira da disputa de protagonismo em Brasília e omercado deve ficar atento à uma possível retaliação do Congresso, iniciada com a pauta-bomba daaprovação do fundo social para agricultores atingidos por calamidades e da Lei Ambiental, quetambém passou nas duas casas.
Após uma semana agitada e apesar do recesso parlamentar, Brasília deve permanecer no radar dosinvestidores nos próximos dias.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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