Taxação de super ricos não vai salvar contas públicas mas preserva pobre no Orçamento-ICL

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São Paulo, 21 de julho de 2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista a EduardoMoreira, no ICL Notícias, disse que o ajuste fiscal por meio da proposta de taxar os super ricos”não vai salvar as contas públicas”, mas que busca “preservar o pobre no Orçamento”.

“A esquerda sente arrepios quando se fala em ajuste fiscal, por que, dentre outras coisas, ela sabeque na história do Brasil significa penalizar as camadas mais vulneráveis da população. Adireita, todo dia fala em ajuste fiscal por que sabe que, historicamente, nunca recaiu sobre ela oajuste fiscal. Por isso chegamos a R$ 800 bilhões em incentivos fiscais para empresários e nãopara as camadas mais pobres. Então isso virou um tabu”, disse.

Haddad disse que “não há condições de fazer isso agora” por que “o mundo está muitocomplicado”, mas que, antes de aceitar o cargo como ministro da Fazenda, propôs o ajuste aopresidente Lula. “Precisamos equilibrar as contas públicas, são 10 anos de déficit primário nacasa de 2% do PIB, isso não vai resolver nosso problema, estamos numa armadilha. Só que eu voupreservar o pobre no orçamento. Eu vou pegar o andar de cima, o pessoal do 1% que não paga impostoe vou fazer em cima deles o ajuste. O presidente vibrou, como você pode imaginar.”

O ministro disse que para abrir mão da tributação da renda de quem ganha até R$ 5 mil, a equipeeconômica chegou à proposta de taxar quem paga 2,5% de alíquota média e que ganha mais de R$ 1milhão por ano, para completar 10%, que resulta em arrecadação de R$ 130 bilhões necessáriospara isentar o IR para 10 milhões de brasileiros e reduzir para 5 milhões que ganham de R$ 5 a R$7 mil. “Percebemos que 141 mil brasileiros, menos de 0,1% de uma população de 200 milhões depessoas, tinha rendimentos na casa de 1 milhão por ano e não pagavam sequer 10% de imposto derenda, que é o que uma professora de escola pública, um policial militar, uma enfermeira pagam,até mais”, disse.

Em relação à legalização das bets, Haddad disse que “no mundo ideal”, o mais adequado seriaproibir a atividade, mas que, na prática, é muito díficil de realizar. “Não tem arrecadaçãoque justifique”, disse o ministro.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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