Banco Central deve manter juros nesta semana em meio a incertezas sobre tarifas dos EUA

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São Paulo, 22 de julho de 2025 – O Banco Central Europeu (BCE) deve manter sua taxa básica dejuros em 2,00% na reunião desta quinta-feira (24), em meio à crescente incerteza sobre o futurodas relações comerciais entre União Europeia (UE) e Estados Unidos. A possibilidade de tarifas deaté 30% sobre importações europeias, anunciada pelo presidente Donald Trump, adiciona pressãosobre os formuladores de política monetária do bloco.

Segundo Claus Vistesen, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, os dirigentes do BCEenfrentam dificuldades para avaliar o real impacto das ameaças tarifárias. “Pode ser difícildizer se as ameaças tarifárias do presidente Trump são sinceras ou apenas uma ferramenta debarganha, obscurecendo o caminho para os responsáveis pelas taxas de juros do Banco CentralEuropeu”, escreveu em nota a clientes.

Apesar do cenário externo incerto, o BCE vem obtendo sucesso na contenção da inflação, querecuou para 2,0% em junho, após marcar 1,9% em maio. A inflação subjacente, no entanto, segue em2,3%, acima da meta oficial.

Na visão do RBC Capital Markets, a instituição europeia deve adotar uma postura cautelosanesta reunião, evitando sinalizações mais claras até que haja definição sobre o nível e aduração das tarifas norte-americanas. “Esperamos que o BCE diga o mínimo possível até que hajamais clareza sobre o futuro da relação UE-EUA”, aponta o banco em relatório.

Para os analistas do RBC, se as tarifas dos EUA permanecerem acima de 20% após 1º de agosto, oBCE provavelmente será forçado a cortar juros novamente em setembro, entrando em território maisacomodatício. Em um cenário mais benigno, com tarifas entre 10% e 15% e retaliações limitadas,não seriam necessárias novas reduções.

Joerg Held, chefe de portfólio da Ethenea Independent Investors, também acredita que o BCEserá obrigado a agir se as tarifas forem mantidas. “A economia da região é muito mais precária,especialmente na Alemanha, que enfrenta um impacto potencialmente prejudicial das tarifas comerciaisdos EUA”, afirmou. Segundo Held, um euro valorizado também poderia prejudicar as exportações dobloco.

Ele prevê que o BCE poderá reduzir os juros em setembro, com nova flexibilização possívelem dezembro, dependendo da magnitude do choque comercial.

Larissa Bernardes- larissa.bernardes@cma.com.br (Safras news)

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