Advogado de Zambelli na Itália diz esperar que Justiça decida por prisão domiciliar

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MILÃO, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – O advogado Pieremilio Sammarco, responsável na Itália pela defesa da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), afirmou que sua cliente não resistiu à prisão, na terça-feira (29), não precisou ser algemada pela polícia italiana, e tinha a intenção de se apresentar espontaneamente às autoridades.

“Ela confia na Justiça italiana e queria por fim a esse estado de incerteza”, afirmou à reportagem. Segundo o advogado, Zambelli disse que é vítima de uma perseguição política e que isso será demonstrado às autoridades italianas.

Sammarco visitou a deputada nesta quarta-feira (30) no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, para onde ela foi levada. “É uma mulher forte e combativa, que está se adaptando a uma situação difícil”, disse.

Ele confirmou que a audiência para a validação da prisão pela Justiça italiana está marcada para a sexta-feira (1o).

Na ocasião, será decidido se a deputada continuará na penitenciária ou se poderá esperar a tramitação do processo de extradição em prisão domiciliar ou em liberdade. “Gostaria que fosse aplicada uma sanção menos aflitiva, mais leve, no mínimo a prisão domiciliar”, afirmou.

Em seguida, será preciso esperar que a Corte de Apelação italiana marque a data da audiência para o início do processo de extradição, cujo ponto de partida foi a prisão de Zambelli. O advogado disse não saber precisar o prazo para essa audiência porque agosto é mês de férias na Itália, o que afeta a celeridade do Judiciário.

Sammarco afirmou que parte da linha de defesa contra o pedido do Brasil pela extradição será destacar o que chama de “anomalias” no processo que resultou na condenação de dez anos de prisão determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Zambelli foi acusada de participar da invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para emitir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Um dos pontos, diz o advogado, será mostrar que “a vítima do suposto crime é a mesma pessoa que fez a sentença, que decidiu pela execução da sentença e que decidiu o apelo. Me parece uma grave anomalia”, disse.

O advogado afirmou ter sido contratado por Zambelli depois que ela chegou à Itália, no dia 5 de junho. Ele não quis comentar sobre o valor e a modalidade de pagamento.

Sammarco afirmou que ainda é cedo para falar de um eventual pedido de cumprimento da pena na Itália e de solicitar asilo político ao governo italiano.

Sobre a intenção manifestada pelo vice-premiê Matteo Salvini, do partido de direita Liga, de visitar Zambelli na prisão, afirmou que é um aspecto importante. “É algo positivo e que aprecio porque esse caso é unicamente político.”

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