Collor completa 3 meses em prisão domiciliar sob isolamento e discrição

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MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Fernando Collor, 75, completa três meses de prisão domiciliar nesta sexta-feira (1º). Ele deixou o presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, em um comboio por volta das 19h do dia 1 de maio, quando o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu a decisão.

Desde então, Collor está em uma cobertura de 600 metros quadrados à beira-mar no bairro Jatiúca, onde recebe poucas visitas, inclusive de um fisioterapeuta por meio de decisão judicial, e tem a companhia da esposa, Caroline, e duas filhas mais novas. Ele está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

Segundo parecer que consta do processo na Justiça do Trabalho, o imóvel está localizado no sexto andar e conta com varanda, sala de estar, gabinete, galeria, sala de jantar, lavabo, adega, circulação, três suítes (sendo uma master com closet), além de piscina, terraços coberto e descoberto e bar.

O ex-presidente é considerado discreto por vizinhos ouvidos pela reportagem, sem qualquer alarde de sua presença no edifício, que também conta com poucos funcionários e portaria remota. Luzes do apartamento são ligadas no período da noite, mas persianas protegem de qualquer visualização do lado de fora.

Houve também interrupção da alimentação de seus conteúdos nas redes sociais, sendo a última postagem em 21 de abril -um lamento à morte do Papa Francisco. Os comentários em publicações foram bloqueados.

No dia 19 de junho, ele perdeu sua última irmã Leda Maria de Melo Coimbra, que tinha 83 anos. O caso foi registrado pelo site Gazetaweb, pertencente à OAM (Organizações Arnon de Mello), pertencente à família do ex-presidente. Collor é o único filho vivo do casal Arnon de Mello e Leda Collor de Mello.

A TV Gazeta, filiada à Rede Globo, vive um imbróglio judicial com a emissora carioca, mas o processo ainda carece de uma decisão definitiva.

Questionada, a defesa do ex-presidente reiterou que “a decisão do ministro Alexandre está sendo integralmente cumprida”.

Desde a prisão, poucos políticos fizeram manifestações públicas de apoio a Collor. Foi o caso do vereador por Maceió Kelmann Vieira (MDB), que inclusive teceu críticas aos que se afastaram do ex-presidente com a condenação. Ele foi procurado pela reportagem para comentário, mas não respondeu.

A decisão do STF não restringe o uso de telefone nem de internet, o que foi interpretado por especialistas ouvidos pela reportagem como uma autorização para o ex-presidente usar esses meios em casa.

Por outro lado, Collor só pode deixar seu apartamento por questões de saúde, em consultas médicas previamente informadas. Se tiver de sair por alguma emergência, terá 48 horas para prestar informações sobre o ocorrido. Seu passaporte foi suspenso e a confecção de um novo documento, proibida.

Collor foi levado ao presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira em 25 de abril para cumprir pena de oito anos e dez meses de prisão após ter sido preso pela Polícia Federal no Aeroporto Zumbi dos Palmares.

O presídio Baldomero Cavalcanti havia tido que desocupar a sala do diretor e adaptá-la para receber Collor.

O local originalmente dispõe de ar-condicionado e banheiro, é maior do que as celas comuns e fica no corredor administrativo da unidade.

Segundo uma pessoa que teve acesso ao ex-presidente na prisão, ele estava abatido e contava com um aparelho ao lado da cama comumente utilizado como parte do tratamento de apneia do sono.

Apesar de a vistoria do grupo destacado pela Justiça ter considerado adequadas as condições de prisão do ex-presidente, parte da equipe havia exposto internamente divergências por avaliar que elas não eram ideais.

Entre os problemas, estava o fato de o espaço ter pouca ventilação e baixa luminosidade, além de um banheiro antigo, pequeno e sem janela.

Ele obteve a progressão para o regime domiciliar humanitário seis dias depois, após pedido do advogado Marcelo Bessa.

Bessa anexou exames e laudos médicos feitos no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, entre março e novembro de 2022, como provas de que o ex-presidente tem doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar.

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