RIO DE JANEIRO, RIO E BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), em Belém, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no Rio de Janeiro, e o vereador Carlos Bolsonaro (PL), em Santa Catarina, representaram a família nos atos bolsonaristas deste domingo (3) pelo país.
Carlos participou de duas manifestações em Santa Catarina. Pela manhã, ele foi a Criciúma, no sul do estado. Depois seguiu para a capital, Florianópolis. Aliados citam a possibilidade de o vereador sair candidato ao Senado pelo estado catarinense, em 2026.
Outro filho do ex-presidente já tem mandato em Santa Catarina. Jair Renan (PL) foi o vereador mais votado de Balneário Camboriú nas eleições do ano passado. Ele também esteve nos atos deste domingo, assim como o governador catarinense, Jorginho Mello (PL), aliado do ex-presidente.
Foi a primeira manifestação desde que o ex-presidente ficou proibido de sair de casa aos fins de semana, por conta de restrições impostas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Inelegível até 2030, Bolsonaro é réu no Supremo acusado de participar de uma trama golpista em 2022.
Bolsonaro acompanhou as manifestações de casa e afirmou em mensagem divulgada em lista de transmissão: “obrigado a todos”, “pela nossa liberdade”. Um vídeo mostra o ex-presidente vendo pelo celular o ato em Belém, com a presença de Michelle.
Os atos acontecem quatro dias depois de Donald Trump impor sanções financeiras a Moraes, com base na Lei Magnitsky, e decretar o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. As medidas são ligadas à pressão para livrar Bolsonaro do julgamento no STF e são incentivadas, sobretudo, pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A organização de atos em diferentes cidades do país, segundo bolsonaristas, seria uma tentativa de tornar mais acessíveis as manifestações e possibilitar que parlamentares tivessem protagonismo em seus redutos. Havia temor, porém, de esvaziamento, principalmente diante da ausência de Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo. O temor, no entanto, não se concretizou e houve público expressivo, principalmente na capital paulista.
Flávio Bolsonaro discursou na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, e pôs no microfone uma curta mensagem de voz do pai, em que saudou os presentes.
A manifestação ocupou dois quarteirões da avenida Atlântica e teve discursos a favor da Lei Magnitsky. Parlamentares, por outro lado, evitaram menções ao tarifaço imposto por Trump, mas o público levou bandeiras dos Estados Unidos e cartazes em agradecimento ao presidente americano.
Michelle participou de passeata no centro de Belém e disse que Bolsonaro é perseguido. A ex-primeira-dama pediu anistia aos presos pelos atos golpistas do 8 de Janeiro. Não havia bandeiras dos Estados Unidos.
“Os nossos direitos estão sendo cerceados. O meu marido está sofrendo censura prévia. Ele foi silenciado e muitos foram silenciados antes”, disse Michelle.
“Uma diplomacia nanica, provocando os Estados Unidos, desrespeitando a autoridade do presidente Trump, dizendo que ele é um nazista, fascista e queira ser o dono do mundo. As consequências chegam. Irresponsável, mentiroso”, afirmou a ex-primeira-dama, em discurso em que atacou Lula e Moraes.
Em Belo Horizonte, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também colocou uma mensagem de Bolsonaro no celular durante ato. Bolsonaristas se reuniram na praça da Liberdade e discursaram no tom de que o STF é inimigo.
Em Brasília, os manifestantes se reuniram próximos à sede do Banco Central, com um carro de som. Como sempre, carregaram adereços verdes e amarelos e com a bandeira do Brasil. Também houve bandeiras dos Estados Unidos e de Israel.