[AGÊNCIA DC NEWS]. Nesta quinta-feira (7), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e sua agência de notícias, a DC NEWS, realizam a segunda edição do projeto Comércio Histórico – Estabelecimentos Tradicionais de São Paulo. No evento, que acontece na sede da ACSP, serão reveladas as oito empresas que receberão as honrarias pela contribuição consistente na construção da cidade. A premiação é inspirada no que fazem cidades italianas como Roma e Bolonha, que concedem a esses endereços status de pontos obrigatórios de visita, verdadeiras atrações turísticas. Cada vencedor paulistano recebe uma placa e um diploma, e a chancela oficial como empreendimento histórico. Na primeira edição, em março deste ano, receberam o prêmio a Padaria Santa Tereza (1872), o restaurante Carlino (1881), a Casa Godinho (1888), a padaria Italianinha (1896), a 14 de Julho (1902), o Bar Guanabara (1910), a São Domingos (1913), a Basilicata (1914), o Rei do Filet (1914) e a cantina e pizzaria Castelões (1924). Se somados, esses dez estabelecimentos têm mais de 1,2 mil anos de história.
As trajetórias dos dez primeiros contemplados, com vídeos, fotos e curiosidades, já estão no site do Comércio Histórico (www.comerciohistorico.com.br), e os oito premiados do dia terão seus perfis revelados a partir das 17h. O prêmio tem a intenção de reconhecer esses empreendimentos e seus empreendedores. Não apenas os atuais, mas igualmente os fundadores, os donos anteriores, os funcionários longevos, gente que nunca deixou a dificuldade se sobrepor ao futuro. “O prêmio, a placa, o diploma são símbolos de reconhecimento de uma história que segue firme até hoje. E igualmente são símbolos do futuro que queremos construir para a nossa cidade”, afirmou Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP. “Sabemos o quão difícil e importante é chegar a esse marco.”
Ordine afirma que se São Paulo se fez grande foi também por causa do comércio e das relações derivadas desse ofício milenar e intrínseco ao ser humano. O primeiro grupo de estabelecimentos tem uma vinculação com bairros da região central de São Paulo – Centro Histórico, Brás e Bela Vista. Por dois motivos. O primeiro é colocar o Centro no núcleo de qualquer decisão municipal. “Sem um Centro vivo nenhuma cidade se faz completa, nem se faz múltipla e muito menos se faz mais justa”, disse Ordine.
O segundo motivo, segundo ele, é que para a Associação Comercial, dar visibilidade e o devido reconhecimento aos estabelecimentos da região central de São Paulo são os motores da tão sonhada e tão batalhada revitalização do Centro. “Não é apenas um passo inicial. É o passo decisivo”, afirmou.
Ao Centro convergem todos. Da periferia, do bairro nobre. Pobres e ricos. Jovens e velhos. Um olhar para a região central de qualquer cidade grande do planeta definirá se aquela metrópole é boa ou não. Por isso, discutir os temas que levam a essa metrópole mais rica e inclusiva também é foco do projeto. “Sem uma vida comercial pulsante não existe revitalização. E reconhecer os estabelecimentos que aqui construíram sua história de décadas é obrigatório.” Mas não só. Ao longo deste ano e dos próximos, outros estabelecimentos se somarão à lista. E não apenas da região Central. De todas as regiões paulistanas. “Esta é uma distinção para toda a cidade de São Paulo”, disse Ordine.
TRAÇO DA HISTÓRIA – Entre os empreendedores que serão premiados estão empresas do ramo dos calçados, especiarias, têxtil, educação, indústria. Todos na casa dos 100 anos de idade, e ao menos metade desse período em atividade ininterrupta, seja por estar no mesmo setor de atuação, seja por ter à frente uma trajetória familiar ou que foi passada entre amigos, muitas vezes de antigos donos a funcionários de confiança. Outros sete eleitos de 2025 serão anunciados no dia 7 de dezembro, no aniversário da também centenária ACSP, somando 25 locais este ano. “Será um mosaico de agradecimentos a comerciantes e empreendedores que olharam muito mais que seus negócios e projetos. Olharam para a cidade e para o futuro”, afirmou Ordine. Para a sorte e a alma de São Paulo.